sexta-feira, 4 de maio de 2018

Aula - dia 17 de abril de 2018


A turma do Corpo e voz 1 participou da aula em conjunto com os alunos de outro período, em que a professora responsável era a Drª Ana Elvira Wuo. A primeira parte de aula correspondeu à palestra sobre Saúde Vocal, realizada pela fonoaudióloga, especialista em Voz e Motricidade Facial, Andrea Alves Mendonça, a convite da Profª Drª Ana Elvira Wuo. A palestrante se apresentou e iniciou discorrendo sobre a Fonaudiologia, dizendo que esta se configura como uma ciência que atua na comunicação humana, abrangendo áreas como a patologia e aperfeiçoamento, incluindo aqui: voz, fala, audição, motricidade orofacial, leitura e escrita. Explicou que a palestra seria sobre a voz, o cuidado com a voz e a produção vocal, em seu aspecto fisiológico, compreendendo o ajuste da respiração, a produção da vibração de pregas vocais, articulação, ressonância e a pronúncia.
Logo em seguida, utilizando como recurso o “data show”, apresentou as perguntas:
“ - Você acha que sua voz é rouca?
- Alguém já comentou que sua voz é rouca?
- Você fica rouco por mais de dois dias?
- Sua voz fica rouca após um dia inteiro de trabalho?
- Você tem ou já teve algum problema de voz?
- Você tem algum destes sintomas na laringe: coceira, ardor, dor?
- Tem a sensação de garganta seca, queimação, aperto ou bola na garganta?
- Falta ar para você na hora de falar?
- Ao final do dia, sua voz fica mais fraca?
- Quando você fala, suas veias ou músculos do pescoço saltam?
- Você fala durante muitas horas seguidas?
- Você pigarreia constantemente?
- Você tem alergia das vias respiratórias?
- Você tem dificuldades digestivas, azia ou refluxo gastresofágico?
- Você fuma?
- Você se automedica quando tem problemas de voz?”*
*obs: todas as reproduções escritas dos slides foram autorizadas por Andrea Alves Mendonça, assim como a descrição da palestra para o blog. As reproduções são sinalizadas por aspas “”
            A palestrante fez algumas considerações sobre as perguntas acima: apontou que dor de garganta difere da dor na laringe – aquela se manifesta durante a deglutição, esta se apresenta ao falar; veias e músculos do pescoço saltarem durante a fala pode ser em decorrência do ajuste respiratório inadequado; sobre o pigarro – provoca alívio imediato (retirada mecânica da secreção do local), porém esta ação implica no batimento mais forte das pregas vocais, acarretando em lesão da laringe. Em consequência, mais secreção é produzida como mecanismo de defesa, gerando um círculo vicioso. Ela disse que o pigarro é permitido uma vez por mês apenas!
            Disse também que beber água é benéfico para as cordas vocais, pois ao falarmos, respiramos pela boca (não havendo tempo hábil de respirar pelo nariz a cada pausa respiratória), causando ressecamento da boca. De acordo com Andrea Mendonça, ao tomarmos água, ocorre hidratação do ar inspirado, protegendo a garganta e tornando a mucosa menos sensível. Destacou também sobre a importância de beber água “de gole” ao invés de grande quantidade de líquido antes de uma apresentação, para evitar o ressecamento da garganta.
            Retornando às perguntas, a palestrante informou sobre os equívocos da automedicação, afirmando que mel e gengibre podem auxiliar no caso de dor de garganta decorrente de resfriados, porém não úteis para tratar a voz; gengibre, se ingerido em excesso, irrita a garganta. Informou também que mel, chocolate, leite e derivados devem ser evitados antes do uso mais intenso da voz, por exemplo, antes de cantar. Sugeriu para aquecimento de voz: comer maçã (torna a saliva menos “grossa”), fazer exercício de ressonância e beber água de gole.
            Posteriormente, a fonoaudióloga mostrou uma foto do aparelho fonador (não foi a foto abaixo, mas parecida) e demonstrou com as mãos o movimento das pregas vocais.
                                                           

                                       http://fonoaudioblog.blogspot.com.br/2015/09/articulacao-da-fala-na-
                                                          ponta-da-lingua.html



Passou também um vídeo que demonstrava o exame: videonasofibroscopia, em que é possível visualizar desde as narinas até as pregas vogais (inclusive o seu fechamento, quando solicitado ao paciente que pronuncie a vogal E, por exemplo).
Logo após, Andrea Alves Mendonça discorreu sobre a forma em que a voz é produzida, apresentando no slide:
            “A voz é um componente na comunicação interpessoal, uma vez que transmite palavras, mensagens e sentimentos. Devido a isso, torna-se responsável pelo sucesso das interações humanas, tanto em âmbito privado quanto em âmbito profissional” (BEHLAU, DRAGONE, NAGANO, p. 10, 2004).
            Em seguida, mostrou imagens de algumas alterações vocais (disfonias) e lembrou que afonia significa sem voz.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S0034-72992003000600012
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S0034-72992003000600012



Pólipo
https://www.pacienteipo.com.br/janelas/doencas/dc-Polipo_vocal.htm
Edema de Reinke
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/
revisoes/1389/rouquidao.htm?ancor=72978



























Câncer de laringe (estágio avançado)
http://saudecelulahumana.blogspot.com.br/2017/06/
cancer-de-laringe.html


Algumas considerações feitas pela fonoaudióloga: nódulos se localizam na pele ao redor da prega vocal, já o cisto ocorre dentro da prega vocal. O edema de Reinke (inchaço da prega vocal) decorre principalmente do tabagismo e do refluxo intenso. O pólipo possui aspecto mais gelatinoso e pode ocorrer a partir de alergia e de UM grito.
A palestrante apresentou sugestões para a higiene vocal – cuidados com a voz:
“- Beba água em pequenos goles, em temperatura ambiente durante todo o período que estiver ministrando aula;
- Evite fumar ou ficar perto de fumantes no interior das aulas;
- Evite falar na presença de ruídos externos não controláveis (sirenes de ambulância, aceleração de caminhões). Minimize ruídos;
- Evite gritar! Procure aproximar-se ao dar ordens, conversar;
- O microfone é um bom recurso para utilizar em ambientes abertos;
- Fale em intensidade moderada e num tom confortável para não forçar as pregas vocais;
- Articule com precisão as palavras, sem exageros, para que a mensagem seja bem compreendida e haja redução do esforço das pregas vocais e por consequência, da voz;
- O relaxamento com o pescoço é sempre indicado para diminuir a tensão nesta região.”
            A palestrante explicou sobre aspectos relacionados à emissão da voz: respiração, prega vocal, ressonância, articulação. Disse que o tipo respiratório utilizado durante a fala deve ser a costo diafragmática abdominal, no intuito de evitar aumento de tensão na região cervical. Demonstrou por meio de vídeo, o mecanismo da respiração. Link do vídeo:
            Ela solicitou que levantássemos e colocássemos as mãos nas costelas para perceber o movimento delas durante a respiração e pediu que controlássemos a expiração (relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais) contando pelo menos 15 segundos. Informou que este treinamento é útil para pessoas que utilizam bastante a fala: exemplo – professores e cantores (os cantores utilizam tempo mais prolongado durante a expiração – exemplo: 25 segundos para cantores líricos).
            Passou um vídeo que mostrava o fechamento das pregas vocais e explicou sobre a ressonância (nosso filtro sonoro, que amplia e modifica o som), dizendo que ela pode ser laríngeo-faríngea (inadequado), oral e nasal.  Falou também sobre os articuladores, dizendo que eles auxiliam na projeção do som e na pronúncia.

                                                                                     Resssonância
                                                                     
http://immusicstation.blogspot.com.br/2014/05/ressonancia.html


A fonoaudióloga ressaltou sobre a importância do aquecimento e desaquecimento vocal. Sobre o aquecimento vocal - preparo necessário antes do uso intenso da fala - ela demonstrou na prática alguns exercícios, como movimentação circular da língua no vestíbulo oral nos dois sentidos (horário e anti-horário) – sugeriu 5 vezes para cada lado, com o objetivo de alongar a laringe; vibração da língua; e utilização da pronúncia de vogais. Para o desaquecimento:
“- Bocejo
 - Períodos sem fala
 - Vibração*
 - Atenção ao volume da voz”
*a vibração da língua é utilizada para o aquecimento, mas também durante o desaquecimento da voz.

A segunda parte da aula foi realizada em outra sala (retornamos à disciplina Corpo e Voz 1, sob orientação da Profª Drª Renata Bittencourt Meira). A atividade proposta pela professora foi o jogo de “caça e caçador”, em que o caçador (um aluno) deveria correr atrás da caça (outro aluno), enquanto os outros participantes permaneciam deitados. Quando o caçador chegasse perto da caça, esta pulava por cima de alguém que estava deitado e deitava imediatamente. A pessoa que foi pulada se levantava, tornando-se o caçador e o antigo caçador se tornava caça. Orientações foram dadas: o caçador e a caça deviam andar ou correr no mesmo ritmo, observando o tempo do jogo e necessitavam utilizar o espaço da sala (atentando para não tropeçar nos outros participantes, além de permitir que todos que estavam deitados, em diversos espaços da sala, pudessem participar da dinâmica). Posteriormente, o nível de dificuldade foi aumentando: dois caçadores e duas caças, três caçadores, três caças, quatro caçadores e quatro caças e assim por diante. Quanto maior a quantidade de caçadores e caças, menor a velocidade de jogo no intuito de evitar acidentes e treinar o tempo.

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