Iniciamos a aula sentados em roda. Aprendemos com a professora Renata a utilizar o blog: como publicar o relato da aula e como editá-lo. Lemos o registro da aula do dia 20/03 e em seguida foi comunicado que na próxima quinta-feira (29/03) as duas aulas seriam com o professor Narciso, conforme foi combinado anteriormente.
A professora distribuiu bolinhas para todos e propôs que trabalhássemos três intensidades de toque entre a bolinha e um de nossos pés. A primeira intensidade foi apresentada como “toque de pele”, onde a atenção estava no sentir e despertar. De imediato algumas pessoas relataram que sentiam uma força reversa vinda da panturrilha da outra perna em repouso. Isso nos instigou a perceber o que acontecia no pé apoiado ao chão enquanto o outro era trabalhado. Um dos diversos apontamentos foi a sensação de queimação. Prosseguimos o estudo percebendo o equilíbrio e movimento do tornozelo. Nessa etapa, surge a descoberta e consciência dos maléolos.
Consideramos a diferença entre os dois pés no chão: o pé que havia sido trabalhado estava mais consciente, e a percepção entre os dois era diferente.
A próxima etapa de toque trazia enfoque no sentir a musculatura, flexibilidade. Sentir a “massa” da bola. Buscamos estratégias para trabalhar o metatarso em partes isoladas. Neste momento, percebemos que a perna de base estava mais relaxada e as tensões estavam melhor distribuídas pelo corpo. Interrompemos a prática para perceber novamente as articulações. Surgiu a sensação de que ainda estávamos trabalhando com a bolinha (memória da bolinha).
Partimos para a terceira qualidade de toque, que trabalharia ossos e articulações. A partir dela fomos levados a refletir sobre quantos ossos teriam nossos pés. Nos sentamos no chão e iniciamos a contagem pela manipulação com as mãos. Outros questionamentos surgiram, como “Como o maléolo articula (ou não) com o pé?” e “Quais seriam os limites das articulações”. Após um momento de reflexão, fomos convidados a esticar os pés e senti-los comparando as diferenças. Alguns relatos foram de sensação de pulsação no pé manipulado, tato mais sensível, aumento de temperatura, flexibilidade e sensação de espaço interno.
Após o trabalho de intensidade de toque, o foco se deu na quantidade de ossos que nossos pés teriam. As contagens foram variadas: 13, 8, 19, 27, 21, 23, 17... mas ao final todos teriam 26 ossos. Buscamos sentir isoladamente cada osso de cada dedo, totalizando 19 falanges. Estudamos os calcanhares, deslizamentos entre os ossos e que os pés estavam cada um com uma sensibilização. Os contrastes sensoriais trouxeram a percepção que o pé trabalhado protegia melhor a panturrilha e as forças estavam melhor distribuídas. A investigação de sensações também foi feita andando pelo espaço. Em seguida falamos sobre o conceito de "dor X estranhamento", uma vez que o estranhamento de sentir o trabalho muscular não se enquadra em uma dor que machuca, mas melhora.
O próximo estudo trabalhou o desenrolar do baixo ventre, com atuação da flexibilidade e força. Muitas pessoas tiveram dificuldade de sustentação pelo abdômen baixo, resultando em compensações por outras partes do corpo. A professora ressaltou a importância de entendermos os limites do corpo, e nos levou a praticar o exercício até onde nos sustentávamos sem perder o equilíbrio ou distribuir a força para pernas e ombros.
Após o estudo, sentamos no chão. No projetor foram mostradas diversas figuras da estrutura dos pés, cada uma apresentada minuciosamente. Reconhecemos nas imagens algumas estruturas que foram sentidas com a manipulação dos pés com as mãos. A estrutura do pé foi comparada aos arcos romanos em relação a sua forma e potência de sustentação. Conhecemos também os arcos do dedinho e do metatarso e a partir de todo o estudo durante a aula concluímos que um pé trabalhado e com maléolos organizados se torna flexível, atuante, servindo de alavanca e amortecimento.
Concluímos aula falando sobre a influência dos arcos dos pés nos joelhos, a relação do corpo com a gravidade e as forças que nos puxam para cima e para baixo ao mesmo tempo, sendo origem de apoios e projeções para o corpo. A finalização foi feita com enfoque na importância do trabalho corporal na nossa saúde, e com as seguintes reflexões: “A relação de postura (coluna vertebral) e postura (caráter social)” e “O trabalho do ator não é como um quadro que se termina de pintar. O trabalho do ator não fica pronto.”
É importante acrescentar que conhecer mais sobre as estruturas do nosso corpo é essencial para identificarmos os exercícios que devemos praticar para o fortalecimento da musculatura.
ResponderExcluirVale ressaltar também que a queimação sentida na panturrilha da perna que está apoiada no chão é causada devido a necessidade de manter-se em equilíbrio, pois sem o segundo apoio (pé que está trabalhando com a bolinha) a perna de apoio tem que fazer um esforço maior, gerando, então, a queimação.
ResponderExcluirQuando nós colocamos mais força na bolinha, nos equilibramos melhor e assim a queimação diminui.