Caros colegas, após a leitura do texto “Corpo no Teatro: primeiras reflexões”, da professora Renata Meira, fiquei analisando fatos acontecidos a minha volta e que se relacionam com o mesmo.
Todos sabemos que no Teatro é fundamental conhecer nosso corpo, tomando consciência de como ele se comunica. Por exemplo, agora, escrevo minhas impressões sobre o texto lido, sentada na minha cama, pés e bumbum apoiados no colchão, costas encostadas na parede, a Venenosa FM num volume agradável, apesar dos carros que passam pela Cesário Alvim, estou confortável e relaxada, meu pijaminha de malha é macio, leve, não me incomoda, está quente, mas a temperatura no quarto é agradável, pego na lapiseira de forma firme, o caderno está apoiado em meus joelhos... e relatando isso faço um trabalho de auto conhecimento, o que a grande maioria das pessoas não fazem.
Quem usa o corpo como instrumento de trabalho é privilegiado por ter orientações, leituras e atividades direcionadas que permitem ter consciência de sensações e emoções. Já a grande maioria que citei acima, devido às atribulações do dia-a-dia e do próprio pensamento da sociedade contemporânea, imposto pelos meios de comunicação ao nosso redor, apenas buscam transformar seus corpos seguindo padrões de beleza estabelecidos, então lotam academias e de forma mecânica, vazia, passam horas robotizados e padronizados, até sofrendo, para alcançar algo, muitas vezes inalcançável, desnecessário, fútil, sem “sintonia com as múltiplas dimensões humanas”.
Quem vive no meio rural e está desprovido das maravilhas da modernidade, e tem contato com a natureza, vive de forma mais harmônica e desenvolve maior conhecimento de seu corpo, talvez por receber “estímulos numerosos e imprevisíveis” do meio em que se encontram.
Na cidade, no meio rural, seria legal nos despirmos do excesso de civilização e pararmos para sentir nosso corpo; como é, que sensações são despertadas quando: ando de ônibus, tomo banho, escovo os dentes, como um cachorro quente, faço compras no supermercado, subo numa árvore, tiro leite da vaca, varro o terreiro, faço amor? Aproveitar “cada momento para sentir o corpo”, faz com que o “cotidiano se apresente como um exercício contínuo”.
(Alessandra Ramos Massensini)
Renata Meira (org.) e estudantes de Artes Cênicas da Universidade de Évora. Espaço de socialização de atividades, referências e reflexões de disciplinas de estudos do corpo em cursos de Artes Cênicas no Ensino Superior. Em 2019 está sendo realizada a disciplina Teatro Físico na Universidade de Évora. Este blog divulga as atividades das disciplinas de corpo do Curso de Teatro do Instituto de Artes da Universidade Federal de Uberlândia desde 2007.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Opinião sobre "Corpo no Teatro: primeiras reflexões"...
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O foco do diário é a relação de aspectos do texto com suas experiências pessoais. Apresenta exemplos que esclaressem estes aspectos, destacando a percepçaõ do próprio corpo no aqui/agora.
ResponderExcluirUsa a idéia de corpo co "instrumento de trabalho" que não está no texo e que precisamos aprofundar. Desloca a idéia de harmonia: no texto são indicados corpos harmônicos na cidade, como o dos skatistas e no diário a harmonia se refere à vida em contato com a natureza.
Cria uma relação nova ao refletir sobre o corpo urbano e o rural, proposdo que nos despamos "do excesso de civilização" que impede, em sua hipótese, que sintamos nosso corpo.