domingo, 17 de agosto de 2008

Corpo no teatro: Primeiras reflexões

1 - “... os diferentes estilos e condições de vida... moldam corpos diferenciados.”
Esse apontamento me chamou atenção porque trouxe a comparação entre a vida urbana e a rural. É mesmo um fato notável: a infância na natureza oferece texturas e cores múltiplas, indefinidas, lançadas à sensibilidade da criança. Por outro lado, a infância na cidade limita o desenvolvimento da criança, oferecendo texturas e cores selecionadas, definidas. O mesmo se dá com a possibilidade de experimentação: enquanto a natureza estimula situações ilimitadas à imaginação, os estímulos da civilização são reduzidos à função prevista para cada bem de consumo.

2 - Agora o questionamento. Pelo o que eu entendi do artigo, o ator precisa conhecer seu corpo para tê-lo a sua disposição, podendo adaptá-lo a cada personagem/enredo. Mas o processo de conhecimento do corpo envolve a observação do meio em que ele se desenvolve; das suas reações a cada situação/estímulo; e também do seu histórico cultural e genético. Se isso é verdade, a pesquisa que devemos fazer vai além do aspecto físico e individual do corpo, abordando questões abstratas, sociológicas e psicológicas. Afinal, os exercícios de observação corporal que consideram o tempo, o espaço e a tensão dos movimentos não seriam insuficientes para nos trazer consciência corporal?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seu comentário com objetivo de colaborar com o registro das atividades. Evite exclamações sem conteúdo. Este é um blog de trabalho.