Olá Boa Tarde alunos, no dia 26 de Fevereiro tivemos uma visita de Andrea Krohn (artista brasileira residente em Berlim) para compartilhar de sua pesquisa de sensibilização corporal em conjunto com a poética Haikai. Para a composição do caderno do Nós desta semana, convido a todos relembrar o percurso realizado para este nosso registro tão valioso ao aprendizado. Inicio então com os contatos da Andrea e do 77 Stolen Fish (coletivo em que ela atua na cidade de Berlim). Aguardo a colaboração de todos...
http://www.77stolenfish.com/
http://www.facebook.com/andreamhk?fref=ts
andreamhk.wix.com/andreakrohn
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Pessoas novas
grande alegria
dança e teatro
quem poderia me ajudar a lembrar o nome da menina que compos este hai kai?
O encontro da dança e do teatro que se fazia na cooperação docente nesta disciplina foi ampliada pelo compartilhamento da oficina da Andrea com estudantes dos dois cursos. Caetano Veloso me ajuda a relacionar a experiência e o tema da proposta:
o corpo como materialidade é o ponto central de nossa disciplina. Perceber nossa liquidez, o tanto de água que somos, não é apenas uma bela metáfora, mas uma qualidade física/orgânica de ser humano.
o objetivo primeiro foi identificar em sensações as ondas vistas e tocadas de um saquinho de água
o pensamento colaborou pelo entendimento e pela informação de sermos 70% líquidos
a água do corpo e a água do mar foram apresentadas numa relação poética e simbólica
mnemônica
mne.mô.ni.ca
sf (gr mnemoniké) 1 Arte de facilitar as operações da memória. 2 Meio auxiliar para decorar aquilo que é difícil de reter.
A oficina se iniciou com a manipulação individual de saquinhos com água em uma roda no chão. Andrea pediu que interagíssemos com o objeto, experimentando diferentes sensações e formas de se comunicar com aquele objeto. Enquanto fazíamos o exercício, Andrea nos presenteou com a leitura de alguns exemplos de Haikais. Andrea nos perguntou se tínhamos conhecimento sobre esse tipo de arte e então explicou sobre a composição desses poemas. Os Haikais são formados por uma estrutura de 5-7-5, que são sílabas ou fonemas, encontra-se as duas variações.
Acabado o primeiro exercício, nos dividimos em duplas e trabalhamos com a interação com o corpo do outro. Observar as formas de movimentos e as diferentes vibrações que o corpo do parceiro produz. Ao longo da atividade, acrescentamos na relação os saquinhos de água, que permitiam uma visualização mais clara do que estávamos observando. Como a água vibrava e acompanhava as ondas que o corpo emitia a medida que tocávamos, mexíamos e mudávamos de posição. A atividade durou o tempo que o parceiro levava para atingir a verticalidade - ficar em pé. Quando se levantava, o parceiro passava a andar pela sala prestando atenção nas sensações do próprio corpo e na interação com o meio. Enquanto isso, quem havia manipulado observava o caminhar e os movimentos, prestando atenção ainda nas vibrações e ondas naturais que o corpo produzia em movimento. O exercício se repetiu trocando os parceiros de lugar.
Após esse momento, todos os participantes passaram a se movimentar pelo espaço, observando os próprios movimentos e também dos outros. Em alguns momentos, Andrea pedia que fechássemos os olhos subitamente e tentássemos dizer onde estava o nosso parceiro - a localização na sala. Isso se repetiu algumas vezes, aumentando a velocidade do caminhar.
Para explicar o próximo exercício, Andrea utilizou um dos saquinhos de água e demonstrou um rolamento que faríamos com nossas duplas. Nessa hora, ela fez a associação desse objeto com o próprio corpo humano, composto basicamente de água tal qual o saquinho. Com a ajuda do professor Élder, mostrou o que faríamos com nosso parceiro: manipula-lo como o saquinho de água e rolar o corpo pela sala, alternando o "rolador" e o "rolado". Num primeiro momento, esse rolamento foi feito de forma um pouco mais delicada, devagar e trabalhando com a própria insegurança de machucar o outro. Quando atingimos certa confiança, Andrea propôs que os rolamentos fossem feitos com mais "ousadia" - mais rápido. Foi pedido que o sujeito que estivesse sendo rolado não fosse demasiadamente passivo, que houvesse reação e presença na atividade. Isso permitia que o corpo atingisse o máximo de vibração e interação com o meio e com o outro. Com a leitura de um Haikai sobre o mar - objeto de estudo e trabalho de Andrea - estimulou a nossa associação do corpo com as ondas do mar. Foi pedido que o corpo fosse também rolado e empurrado com outras partes do corpo, não somente as mãos. Segue abaixo o Haikai lido:
O exercício tornou-se, então, um pouco mais ousado misturando duas duplas. Foi proposto que houvesse algum tipo de interação entre aquelas quatro pessoas, fosse roubando os movimentos um do outro, assumindo papéis, imaginando, mas sempre de alguma forma contribuindo para que o movimento acontecesse. Essas mudanças de papéis eram caracterizadas pela presença do salto, simbolizando uma relação com o mar e as ondas.
Para a realização da atividade seguinte, Andrea resgatou um exercício que havia sido feito no dia anterior em uma oficina com os alunos da dança. Nessa aula, os haikais foram poetizados em forma de movimentos, baseados em compassos de 5-7-5, sequencialmente nessa ordem. Essas pequenas coreografias foram apresentadas pelos 5 participantes - denominados solistas - aos outros alunos que não participaram da oficina. A primeira apresentação foi observada atentamente e depois cada aluno escolheu um solista e formaram-se cinco grupos formados pelo solista e seus "seguidores", os coros. Os movimentos do solista foram observados e sintetizados em seguida pelo seu respectivo coro. As coreografias eram apresentadas ao som da conga, tocada por Andrea nos compassos 5-7-5.
A sala foi, então, dividida em dois lados, sendo que três grupos ficaram de um e os dois outros do outro lado formando fileiras uma de frente para a outra. A atividade proposta foi a seguinte:
1. Os solistas caminhavam para o centro das fileiras fazendo os movimentos e trocavam de lado da sala.
2. Em seguida, os coros acompanhavam os solistas apresentando suas sínteses e também trocando de fileira.
3. Depois, uma pessoa ia para o centro - podendo ser solista ou coro - e apresentava seus movimentos também trocando de lado.
4. Por fim, todos os participantes se encontravam no centro da sala e trocavam de lado, apresentando seus movimentos podendo apresentar novas criações se desejassem.
Essa atividade foi feita também ao som da conga, tocada dessa vez por Lúcio, técnico percussionista do IARTE.
O último exercício foi uma produção individual de Haikais. Cada um se deslocou para um canto da sala em que se sentisse mais confortável e teve alguns minutos para produzir. Sentamos-nos, então, em roda e finalizamos com as leituras de nossas produções. Andrea nos contou um pouco sobre a profissão dela, como a vida dela se transformou após a formatura e com as pesquisas que fez e faz.
http://www.77stolenfish.com/
http://www.facebook.com/andreamhk?fref=ts
andreamhk.wix.com/andreakrohn
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Pessoas novas
grande alegria
dança e teatro
quem poderia me ajudar a lembrar o nome da menina que compos este hai kai?
O encontro da dança e do teatro que se fazia na cooperação docente nesta disciplina foi ampliada pelo compartilhamento da oficina da Andrea com estudantes dos dois cursos. Caetano Veloso me ajuda a relacionar a experiência e o tema da proposta:
Beira do mar, lugar comum
Começo do caminhar
Pra beira de outro lugar
Solo em coro
muda mudança dança
solo sozinho
deslocamento
solo, coro, encontro
ah! pororoca
o corpo como materialidade é o ponto central de nossa disciplina. Perceber nossa liquidez, o tanto de água que somos, não é apenas uma bela metáfora, mas uma qualidade física/orgânica de ser humano.
o objetivo primeiro foi identificar em sensações as ondas vistas e tocadas de um saquinho de água
o pensamento colaborou pelo entendimento e pela informação de sermos 70% líquidos
a água do corpo e a água do mar foram apresentadas numa relação poética e simbólica
água matéria fora e dentro de mim e água imaginação, água imensidão
o trabalho em duplas e em duplas duplas temperou a experiência de ser em si, com a experiência de ser com o outro, em relação sensorial, intelectual, imaginativa, emocional e mnemônica.
quem pode trazer o significado desta palavra: mnemônica?.
renata meira
_______________________________________mnemônica
mne.mô.ni.ca
sf (gr mnemoniké) 1 Arte de facilitar as operações da memória. 2 Meio auxiliar para decorar aquilo que é difícil de reter.
A oficina se iniciou com a manipulação individual de saquinhos com água em uma roda no chão. Andrea pediu que interagíssemos com o objeto, experimentando diferentes sensações e formas de se comunicar com aquele objeto. Enquanto fazíamos o exercício, Andrea nos presenteou com a leitura de alguns exemplos de Haikais. Andrea nos perguntou se tínhamos conhecimento sobre esse tipo de arte e então explicou sobre a composição desses poemas. Os Haikais são formados por uma estrutura de 5-7-5, que são sílabas ou fonemas, encontra-se as duas variações.
Acabado o primeiro exercício, nos dividimos em duplas e trabalhamos com a interação com o corpo do outro. Observar as formas de movimentos e as diferentes vibrações que o corpo do parceiro produz. Ao longo da atividade, acrescentamos na relação os saquinhos de água, que permitiam uma visualização mais clara do que estávamos observando. Como a água vibrava e acompanhava as ondas que o corpo emitia a medida que tocávamos, mexíamos e mudávamos de posição. A atividade durou o tempo que o parceiro levava para atingir a verticalidade - ficar em pé. Quando se levantava, o parceiro passava a andar pela sala prestando atenção nas sensações do próprio corpo e na interação com o meio. Enquanto isso, quem havia manipulado observava o caminhar e os movimentos, prestando atenção ainda nas vibrações e ondas naturais que o corpo produzia em movimento. O exercício se repetiu trocando os parceiros de lugar.
Após esse momento, todos os participantes passaram a se movimentar pelo espaço, observando os próprios movimentos e também dos outros. Em alguns momentos, Andrea pedia que fechássemos os olhos subitamente e tentássemos dizer onde estava o nosso parceiro - a localização na sala. Isso se repetiu algumas vezes, aumentando a velocidade do caminhar.
Para explicar o próximo exercício, Andrea utilizou um dos saquinhos de água e demonstrou um rolamento que faríamos com nossas duplas. Nessa hora, ela fez a associação desse objeto com o próprio corpo humano, composto basicamente de água tal qual o saquinho. Com a ajuda do professor Élder, mostrou o que faríamos com nosso parceiro: manipula-lo como o saquinho de água e rolar o corpo pela sala, alternando o "rolador" e o "rolado". Num primeiro momento, esse rolamento foi feito de forma um pouco mais delicada, devagar e trabalhando com a própria insegurança de machucar o outro. Quando atingimos certa confiança, Andrea propôs que os rolamentos fossem feitos com mais "ousadia" - mais rápido. Foi pedido que o sujeito que estivesse sendo rolado não fosse demasiadamente passivo, que houvesse reação e presença na atividade. Isso permitia que o corpo atingisse o máximo de vibração e interação com o meio e com o outro. Com a leitura de um Haikai sobre o mar - objeto de estudo e trabalho de Andrea - estimulou a nossa associação do corpo com as ondas do mar. Foi pedido que o corpo fosse também rolado e empurrado com outras partes do corpo, não somente as mãos. Segue abaixo o Haikai lido:
"Frente ao mar
Meu coração adolescente
Pede-me que salte."
O exercício tornou-se, então, um pouco mais ousado misturando duas duplas. Foi proposto que houvesse algum tipo de interação entre aquelas quatro pessoas, fosse roubando os movimentos um do outro, assumindo papéis, imaginando, mas sempre de alguma forma contribuindo para que o movimento acontecesse. Essas mudanças de papéis eram caracterizadas pela presença do salto, simbolizando uma relação com o mar e as ondas.
Para a realização da atividade seguinte, Andrea resgatou um exercício que havia sido feito no dia anterior em uma oficina com os alunos da dança. Nessa aula, os haikais foram poetizados em forma de movimentos, baseados em compassos de 5-7-5, sequencialmente nessa ordem. Essas pequenas coreografias foram apresentadas pelos 5 participantes - denominados solistas - aos outros alunos que não participaram da oficina. A primeira apresentação foi observada atentamente e depois cada aluno escolheu um solista e formaram-se cinco grupos formados pelo solista e seus "seguidores", os coros. Os movimentos do solista foram observados e sintetizados em seguida pelo seu respectivo coro. As coreografias eram apresentadas ao som da conga, tocada por Andrea nos compassos 5-7-5.
A sala foi, então, dividida em dois lados, sendo que três grupos ficaram de um e os dois outros do outro lado formando fileiras uma de frente para a outra. A atividade proposta foi a seguinte:
1. Os solistas caminhavam para o centro das fileiras fazendo os movimentos e trocavam de lado da sala.
2. Em seguida, os coros acompanhavam os solistas apresentando suas sínteses e também trocando de fileira.
3. Depois, uma pessoa ia para o centro - podendo ser solista ou coro - e apresentava seus movimentos também trocando de lado.
4. Por fim, todos os participantes se encontravam no centro da sala e trocavam de lado, apresentando seus movimentos podendo apresentar novas criações se desejassem.
Essa atividade foi feita também ao som da conga, tocada dessa vez por Lúcio, técnico percussionista do IARTE.
O último exercício foi uma produção individual de Haikais. Cada um se deslocou para um canto da sala em que se sentisse mais confortável e teve alguns minutos para produzir. Sentamos-nos, então, em roda e finalizamos com as leituras de nossas produções. Andrea nos contou um pouco sobre a profissão dela, como a vida dela se transformou após a formatura e com as pesquisas que fez e faz.
Expressar no corpo
Palavras não ditas
Haikais mnemônicos.
(Turma Consciência Corporal - tarde)
Branca areia
Coloridas as conchas
Ondas Suaves
(Guilherme Rodrigues)
Branca areia
Coloridas as conchas
Ondas Suaves
(Guilherme Rodrigues)
Essa aula foi muito enriquecedora, além de ter mais contato com o pessoal do curso de dança pudemos conhecer um estudo diferente relacionado ao corpo como um todo que até então muitos ali presentes não conheciam.
ResponderExcluirComo discutimos na ula e foi lembrado pela Isabella:
Mnemônico:
Que se refere à memória.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu assisti o vídeo no blog da Andrea e achei fantástico!! A forma como eles se doam pra arte de corpo e alma é maravilhoso.
ResponderExcluirhttp://www.77stolenfish.com/licht-and-frame-new-video/
Segue o outro Haikai que eu fiz e não postei pra não ocupar muito espaço:
ResponderExcluirPaz vem com o ar
Vem como fortes ondas do mar
Brisa suave envolve minha face.