Iniciamos o encontro sentados em roda, massageando os pés e
abrindo espaços entre os dedos. Conforme íamos massageando a Renata explicou que
temos três arcos no pé, porém dois são mais fáceis de serem percebidos: O arco
do maléolo e o arco transversal.
Ainda sentados
colocamos as pernas a frente de modo que a nossa bacia, joelhos e pés ficassem
alinhados, começamos então, a pressionar o pé mostrando o arco para a roda,
fazendo uma “covinha com os pés”. Na mesma posição alinhados sentamos nos ísquios e andamos com ele. Primeiro, indo para frente e para trás, depois fomos
nos deslocando rodando os ísquios com a ajuda do braço. Conforme mostra o
vídeo:
Continuando o trabalho com os ísquios, começamos a rodar
como “tartaruga”. Deixando o corpo tombar para um lado até que o impulso nos
fazia rodar. Conforme foto:
O próximo exercício trabalhou os ísquios, equilíbrio e
alinhamento. Renata separou a sala em duas turmas de tal forma que parte da
turma fez o exercício na bola enquanto a outra parte fez na prancha, fomos
revezando para que todos passassem pela bola e pela prancha.
Na prancha, fazíamos um agachamento com o corpo organizado,
e depois fazíamos com um pé só aumentando a dificuldade. Já na bola repetimos o
exercício da aula do dia 10/04, colocando nossas pernas em cima da bola, estando com as mãos paralelas aos ombros,
coluna reta e assim,
inspirávamos e íamos soltando o ar ao se enrolar em cima da
bola.
Após a pausa para a água. Começamos a leitura do Texto: “Devolvendo o corpo ao corpo”, já havíamos lido este texto na aula anterior, porém a Renata leu de maneira mais reflexiva.
Renata iniciou a leitura destacando: “O texto não trás uma
abordagem que é muito comum na nossa sociedade, porque corpo enquanto experiência falando de si mesmo não era muito valorizado até pouco tempo e hoje
em dia nas artes cênicas, essa abordagem tem ganhado muito espaço no sentido de
pensar o corpo de dentro de mim. A gente nunca se vê de fora, a gente nunca
olha nos nossos próprios olhos, quem olha nos nossos olhos são os outros...”
No decorrer do texto ela enfatiza: “...O corpo na perspectiva somática, não é um corpo que é só mecânico, ele é anatômico, não é só estético, é poético, ele é também. É também poético, é também estético, é também mecânico, é também orgânico, é orgânico nas suas químicas e isso faz uma grande diferença nas nossas emoções, na nossa capacidade de perceber todo o jogo químico de sinapse, da respiração de oxigenação, tudo isso forma nossos estados, nossos estados emocionais, de presença, de animo, na nossa força, no nosso esforço....”
Seguindo uma linhagem poética finalizou com a seguinte pergunta: “ A onde que cada um se sente descorado? E onde está a sua energia vital?”
Na terceira parte da aula trabalhamos o enraizamento em três fases. Na primeira, pesamos que éramos uma sibipiruna com a raiz do nosso tamanho pra dentro da terra, com a intenção de prolongar e projetar pro chão. Na segunda trabalhamos uma “raiz de arrancar”, o impulso do pé de sair do chão, reverberando no corpo. Já na terceira era uma “raiz miúda” trabalhando as pequenas articulações, tirando uma parte do pé do chão e pressionando a outra.
Para a improvisação final levamos o material das três raízes, partindo da raiz “miúda” e conforme fomos desenvolvendo veio o eixo da raiz “profunda” e o impulso da raiz de “arrancar” ganhando uma grande expressividade, realizamos a improvisação na meia luz e emitindo sons conforme o corpo expressava. Finalizamos a aula escrevendo as nossos subjetividades vivenciadas no caderno do eu.
Julia M. Silva
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA leitura do texto ''Devolvendo o corpo ao corpo'' também foi importante para entendermos que a ampliação de nosso repertório interpretativo depende do quanto o nosso corpo está aberto para receber novas experiências.
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