Demonstração Individual, 07/08/2018 |
Hoje
foi o primeiro dia das demonstrações individuais, o encontro ocorreu na Sala
Encenação, do bloco 3M. Todos pegaram suas cadeiras, sentaram em meia lua para
assistir 6 demonstrações individuais, sendo os participantes: Rafaela, Gabriela,
Carla Beatriz, Roger, Daniela e Eduarda. Descreveremos ao decorrer do texto a
ação de cada um deles.
1°
DEMONSTRAÇÃO INDIVIDUAL: RAFAELA
Primeiro
ela pediu para que todos ficassem de pé e pediu um voluntário, que foi a
monitora Thaísea, com ela fez um exercício de respiração. Pediu um segundo
voluntário que foi o Lucas, com ele fez alguns exercícios para trabalhar as
articulações, começando dos pés até a cervical. O terceiro voluntário que foi a
Cassia, com ela trabalhou a voz. No final, Rafaela disse que o fato de todos
estarem de pé foi tudo uma brincadeira, a intenção era apontar o nosso foco
para o posicionamento do corpo de todos que estavam assistindo a sua
apresentação. Percebemos que estávamos todos “largados”, e que fomos nos
“consertando” (se alinhando e distribuindo o peso corporal) à medida que ela
olhava. A busca de uma postura correta é uma busca constante no cotidiano de
Rafaela. Ela estava muito descontraída na sua apresentação.
Professora
Renata levantou ideias sobre a demonstração, trazendo a discussão para turma a
respeito de carregar mochilas pesadas nas costas. Duda aprovou a proposta
criativa de Rafaela, disse que as pessoas ficaram participando mesmo de fora e
que a dinâmica foi boa.
2°
DEMONSTRAÇÃO INDIVIDUAL: GABRIELA
Primeiro
ela cumprimentou a turma e começou a comentar sobre as aulas. Ela disse que
achou interessante o começo das aulas que trabalhamos o corpo todo e depois
tivemos focos em áreas do corpo. Disse que na aula sobre o pé, que começamos
massageando o pé e contando os ossinhos do mesmo, não a agradou, porque o pé
não a agrada muito. Ela lembrou que depois trabalhamos o rosto e depois o
joelho, e que a aula de joelho ela gostou muito. Gabriela aprendeu que o joelho
não pode ficar esticado e nem flexionado (fazendo base por exemplo), que ele
deve ficar “solto”. Ela tem a tendência de ficar com ele “torto”, pois tem
problema no joelho. Então ela está trabalhando o descondicionamento gestual,
por exemplo em filas, quando está em pé parada... Ela disse que tem problema no
joelho e que descobriu um exercício interessante: ela fica sentada, com a mão no joelho e levanta a perna; nesse
exercício sente como se fosse uma areia no joelho, o que na verdade é a
cartilagem que vai “corroendo”. Ou/e também sente o joelho estralando. Gabriela
fez outro exercício sentada com o pé no chão e a perna em ângulo de 90°,
levantou os dedos do pé e girou o pé com o calcanhar no chão, quando girou para
dentro o joelho ficou na posição
correta, ele ficou alinhado.
Nesse exercício com a mão no joelho ela
sentiu a TATI (tuberosidade anterior da tíbia)
mexendo. Gabriela fez um último exercício no chão, com as costas no chão, as
pernas viradas atrás da cabeça e as pontas dos pés no chão “andando” de um lado
para o outro. Esse exercício trabalha alongamento de toda a parte posterior do
corpo, como as costas e alongamento de pernas. Quando move os pés também
promove o alongamento lateral do corpo.
Lucas comentou que quando
fazia luta ele lesionou o joelho, teve acompanhamento e começou a se perceber
no movimento que fazia errado, passou a fazer certo e melhorou da lesão. Ele
demonstrou o golpe. Marcos comentou que é sempre bom ouvir os colegas, que ele
ficava muito na posição de base (joelho flexionado) e agora está ficando com o
joelho solto. Daniela comentou que aprendeu a ficar em “base” com outros
professores de teatro. A Professora Renata disse que são coisas diferentes, que
na posição de base (joelhos flexionados) ganhamos estabilidade e temos
facilidade em soltar as costas e estamos numa posição de esforço para entrar em
ação. Já a que estamos falando é da posição de alinhamento do joelho, que assim
como a respiração vai depender do que estamos fazendo, por exemplo se estamos
dormindo, correndo ou cantando será uma respiração diferente. O errado é sempre
fazer igual em todas as situações. A Professora Renata posicionou o pé da
Gabriela para alinhar o joelho.
Cássia relatou que há um
tempo atrás caiu de cavalo e lesionou o joelho, que nesse joelho ficou um “gordinho”.
Nos contou que uma vez o joelho dela virou, que sua avó teve que fazer
“massagem” para o joelho voltar para o lugar e que teve muita dor nesse dia.
Ela reparou que em festa ela não mexia o quadril e sim o joelho, como no dia em
que seu joelho virou. E que quando ela realizou um dos exercícios que a
Gabriela fez, sentiu areia e o joelho estralando, apenas no que foi lesionado.
Renata ensinou que para que
o joelho fique solto deve fazer um movimento “redondinho” nele. No final a Gabriela
sentou no chão de forma errada, estralando os joelhos muito forte, demonstrando
o que não se deve fazer, todos riram.
3°
DEMONSTRAÇÃO INDIVIDUAL: CARLA BEATRIZ
Iniciou
sua demonstração falando sobre a Educação Somática e do seu pé chato que a prejudica
em todo o alinhamento de seu corpo. Contou que tem feito exercícios no pé e
demonstrou alguns deles, sendo:
Com um pano: recolhendo com os dedos do pé todo o pano até o calcanhar;
Com bolinhas de gude: recolher as bolinhas com os dedos do pé e colocando em um copo;
Com “borracha de tirar sangue”: movimentos de rotação interna (5 séries em cada pé);
Nas pontas do pé: 10 séries de 15 segundos.
Com um pano: recolhendo com os dedos do pé todo o pano até o calcanhar;
Com bolinhas de gude: recolher as bolinhas com os dedos do pé e colocando em um copo;
Com “borracha de tirar sangue”: movimentos de rotação interna (5 séries em cada pé);
Nas pontas do pé: 10 séries de 15 segundos.
Renata
disse que esse trabalho que a Carla tem feio é um trabalho de
musculação/fortalecimento. Amanda perguntou se ela já viu resultado, Carla
disse que tem pouco tempo, mas que já senti menos dores nos pés, na coluna e
que a curvatura do pé deve aparecer com o tempo. Thaísea disse que ela usou
muitos termos técnicos, mostrando a função da teoria na prática. Marcos também
comentou dos termos usados por ela, e que a Gabriela usou mais as palavras
dela.
4°
DEMONSTRAÇÃO INDIVIDUAL: ROGER
Primeiro
ele cumprimentou a turma e disse que iria fazer uma representação baseada nas aulas práticas e utilizou a música
Encontros
e Despedidas, interpretado
pela cantora Maria Rita. A representação dele foi demonstrando como ele
chegou no começo do semestre até o que está desenvolvendo atualmente nas aulas,
foi uma representação pessoal de suas capacidades. Ele mostrou como chegou, com
os ombros caídos, demonstrou os exercícios “dançando” e interpretando a música,
mostrando sua evolução ao longo do processo. Ele já aprendeu a posicionar
melhor o corpo.
Roger contou que
também está fazendo academia, que esse conjunto academia mais aulas têm o ajudado
muito. Sua representação foi muito poética e emocionante, ele disse que
utilizava de um exercício da aula e construía a coreografia na música. Que na
aula de máscaras ele não conseguiu desenvolver as máscaras no espelho, que
ficava rindo, mas trabalhou em frente ao espelho em casa, assim saiu o conceito
de representação e ele deu espaço para um personagem que ele não conhece.
Marcos disse que
achou única a representação e que gostou muito. Cassia achou muito poética, viu
tudo que a Professora Renata ensinou nas aulas, como enraizamento,
projeções.... Afirmou que ficou encantada com a representação. Thaísea perguntou
se ele já fez dança, ele contou que já fez dança de rua. Lucas perguntou se a representação foi
improvisada, Roger disse que um pouco sim, que durante as aulas chegavam momentos
que ele perdia o movimento, “vinha” um movimento repetido e o que ele mostrou
hoje foi diferente do que ele treinou em casa.
Professora Renata
comentou que quando “vem” o movimento repetido, que ele pode ser usado. E que
quando não conseguir sair de um padrão, deve-se entrar fundo e explorar,
desenvolver, encontrar poética, até esgotar esse padrão. Quando se descobre o
que movimento significa, ele para de ser padrão e vira material poético, por
isso devemos mergulhar ao invés de sair, “sair por dentro”.
Guilherme disse que
ele fez a união de tudo, que trouxe um histórico, buscou na música referências
da música, não ficou só no conceito, mas também em um caminho artístico. Bruno
comentou que ele trouxe movimentos que aprendemos nas aulas, pegou a técnica e
transformou em obra. Renata concluiu que a poesia emociona, que Roger trouxe
tudo com clareza e usou com propriedade o termo representação.
5°
DEMONSTRAÇÃO INDIVIDUAL: DANIELA
Ela
começou dizendo que iria fazer uma representação de um dos momentos que mais
gosta da aula, quando apaga a luz e inicia a música, e que iria mostrar o que
aprendeu. Utilizou a música “Ponta de areia”, de Milton Nascimento e fez sua
representação. Daniela “entrou” na música e mostrou fluidez. Ela contou que
planejou na cabeça o que iria fazer, mas deixou para improvisar na hora. Karine
disse que ela mexeu muito as articulações. Rafaela disse que o movimento se
expandiu pelo espaço.
Daniela
comentou que seu plano de ação partiu da metáfora para as aulas: “lagarta que
vira borboleta”. Domínio do corpo como artista, que sai do casulo e volta para
ele quando necessário.
6°
DEMONSTRAÇÃO INDIVIDUAL: EDUARDA
Iniciou
comentando que faria algo mais introspectivo, que estava passando por uma
semana turbulenta, que ela tem ansiedade, que estava muito sensível e passando
por problemas pessoais. Que ela poderia falar sobre oposição de vetores ou
educação somática, mas que não estava com humor para isso. Contou que ficou
“fritando” sobre o que iria fazer na demonstração individual até uma hora antes
da aula. Ela disse que encontrou uma pessoa que lhe ajudou na montagem da sua
demonstração. Colocou a música e começou, a música tinha barulhos de água.
Na sua
demonstração, começou pelas articulações e foi deixando a música “entrar” nela.
Trabalhou o corpo todo em vários níveis e terminou no chão. No final da
demonstração, comentou das coisas que pensou, uma delas foi uma metáfora do
Mito da Caverna de Platão com o que aprendeu nas aulas, que ela achava que
sabia, mas não sabia sobre o conhecimento corporal. Que com aulas foi tendo a
compressão de alguns problemas que tinha, como: postura, que caía muito, dores
na lombar...
Renata
disse que com o improviso da última aula tentou ajudar na criação das
demonstrações e pediu para Duda contar sobre o seu plano de ação. Duda disse
que não tinha um plano de ação, que é muito ansiosa e que encontrou uma pessoa
que teve paciência de anotar tudo o que estava na cabeça dela, que a fez
perguntas e isso a ajudou a montar a sua demonstração. Ela contou que escolheu
a água, da música, porque a água é mutável, mostra leveza e tranquilidade. Que
explorou mais o nível baixo porque é o que mais se sente confortável. Ela
concluiu que tem necessidade de ser reciproca.
Guilherme
disse que primeiro ela deve pegar essa experiência e escrever um livro, pois
inventara um processo criativo. Segundo que ela foi reciproca com a professora
e que todos aprenderam muito, que hoje em qualidade a gente se conhece muito
mais. Que ela e a Daniela sabiam o que estavam fazendo, mesmo sendo improviso,
que tinham muita percepção corporal. Carla Beatriz comentou que Eduarda mostrou
seus sentimentos com consciência corporal. Amanda comentou que a apresentação a
ajudou a organizar a dela. Roger disse que a demonstração lhe surpreendeu.
Renata
comentou que a demonstração da Eduarda teve qualidade de introspecção, que teve
uma presença emocional muito intensa, que conseguiu prestar a atenção no seu
corpo inteiro e isso cresce o olhar de quem está vendo. Comentou também que os
movimentos da demonstração não são os movimentos recorrentes das aulas. Que na
demonstração a Eduarda quis mostrar o que estava sentindo e que ela tinha visão
no seu próprio corpo. Concluiu que cada
um fez uma demonstração de um jeito, que a demonstração é do processo de cada
um, por isso nenhuma é igual.
Relatores: Anna Karla e Bruno Oliveira
Interessante os detalhamentos da aula Bruno e Anna Karla, seria legal também incluir algumas dicas que a Professora Renata deu durante as apresentações;tais como: processo da avaliação (como avaliar os alunos, a dificuldade do posicionamento do professor diante a aplicação de uma nota etc...), a participação (comentando o trabalho dos colegas após a apresentação), a importância da colocação do seu conhecimento por base nas leituras durante a sua demonstração individual, etc....
ResponderExcluirContudo, muito bem observado cada detalhe e atividade que ocorreu durante o processo de cada participante. Parabéns!