terça-feira, 27 de novembro de 2007

"Eutonia: educação do corpo para o ser"

O texto “Eutonia”, de Berta Vishnivetz, aborda o conhecimento do corpo de forma consciente, através da percepção e emoções vivenciadas, estimulando o trabalho de observação e prática de movimentos corporais.
Concordo com a autora quando menciona que através das percepções oriundas do tato, as emoções podem ser estimuladas: “Embora o tato não seja uma emoção, seus elementos sensoriais induzem mudanças neurológicas, glandulares, musculares e mentais que, combinadas, podem produzir ou despertar uma emoção”. P. 29
As percepções que obtemos através do tato nos dão informações do meio em que vivemos, além do mais, as sensações que tivemos na primeira infância influenciam em nossa personalidade, a ponto de provocar distúrbios psíquicos e doenças futuramente. “O estímulo tátil é essencialmente um processo interativo, desde o primeiro contato com as mãos da pessoa que ajudou o bebê a nascer, até o contato com o corpo da mãe. Uma deficiência significativa na experiência desses contatos durante o primeiro período da vida pode levar a uma desordem de personalidade ou a uma deficiência nas relações com os outros, em um período posterior. Acredita-se que possa desencadear uma grande variedade de desordens de conduta, além de certas reações psicossomáticas, tais como alergia, eczema e asma, entre outras”. P. 30
Estimular o corpo de forma consciente, aguçando o tato, provoca reações benéficas à saúde, tais como o relaxamento, a calma, o tratamento contra o estresse. Porém, se o toque for dirigido de forma mecânica, não levando em conta as sensações, benefício algum será constatado. Sendo assim, é de grande importância a preparação do eutonista ao desempenhar a terapia.
A eutonia busca explorar o corpo como um todo, tanto no espaço interno como em sua superfície, através do estímulo obtido pelos receptores exteroceptivos, proprioceptivos e viscerais. Mas para conhecer o corpo, é necessário conhecer seus limites, conteúdos e sensações que emergem durante a experiência vital. Durante o trabalho corporal, cada pessoa descobre sensações distintas, únicas, se comparadas com as de outros pacientes que desempenham o mesmo trabalho. O trabalho interno do corpo pode ser estimulado através dos estímulos realizados na pele, além da atenção que deve ser direcionada para a parte do corpo que está sendo estimulada.
Também, o contato consciente possui importância fundamental em eutonia, tanto o contato com o outro como o contato consigo mesmo, através do contato radiante e linear. Ao estar em contato com o outro, estamos nos comunicando mutuamente, estando atento aos sentimentos e percepções que este contato pode nos proporcionar. Isto fica claro no texto, mesmo porque um dos primeiro contatos que temos durante a vida é o vivenciado com a mãe na primeira infância, durante a amamentação, por exemplo.
O trabalho do eutonista estimula a percepção do corpo de forma consciente, aumentando a desenvoltura dos movimentos no espaço, além de proporcionar sensação de bem-estar. Diversas doenças ósseas e acidentes: paralisias, luxações, obtiveram resultados satisfatórios com o trabalho corporal, além de amenizar tensões e agir diretamente na respiração. Ao voltar a atenção para uma determinada parte do corpo, trabalhando a parte de forma freqüente, com calma e precisão, é possível curar doenças, além de aumentar os limites que um corpo pode ocupar no espaço.

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