quinta-feira, 25 de setembro de 2008

CONSCIÊNCIA PELO MOVIMENTO



MÁSCARA:

De acordo com o pensamento de Feldenkrais, um dos três fatores que compõe a auto-imagem é a educação, cuja função seria a manutenção da sociedade tal qual ela é, apenas substituindo gerações e preparando as novas para assumir papéis similares aos que já existem. Assim, a educação motiva o indivíduo a se adequar ao já estabelecido e faz isso através da penalidade ou punição em relação aos nosso impulsos espontâneos. O indivíduo é então induzido pela educação a acreditar que o seu valor está relacionado ao valor que a sociedade lhe atribui e, para isso, busca se identificar com uma “máscara” que seja adequada e aceita - a qual geralmente passa a vida reforçando por necessidade de apoio e aceitação.

A idéia de “máscara” aqui é avessa a idéia de máscara que relacionamos ao teatro, onde se esconde para revelar, o conceito de máscara de acordo com o autor é o da máscara social, o que talvez Jung dê o nome de “persona” - um dos aspectos do ego relacionado ao papel que escolhemos representar para nós mesmos e sobretudo para os outros. Para Jung, um dos grandes passos que o homem dá na jornada da individuação (desenvolvimento) é o de desgrudar essa “máscara” da cara, porque ainda que ela seja consideravelmente importante para um determinado “sucesso social”, existe sempre o perigo de nos identificarmos com ela de tal forma que nos esqueçamos que é afinal uma máscara, e que nós somos, infinitamente, maiores que ela.

Objetivando a questão, agora sem devaneios....para Feldenkrais a máscara está ligada à imagem que tentamos reforçar de nós mesmos para o externo em busca da aceitação e do reconhecimento, o “mascaramento” é encorajado pela educação, e acaba contribuindo para que atrofiemos aspectos importantes de nós mesmos por nos contentarmos com esse reconhecimento externo.

AUTO-IMAGEM:

Nossas ações no mundo estão diretamente ligadas à auto-imagem para Feldenkrais, de acordo com o pensamento dele, ela é “condicionada” pela educação, pela hereditariedade e pela auto-educação, sobre as quais, respectivamente, o indivíduo não tem poder de escolha e tem maior decisão sobre. Movimento, pensamento, sentimento e sensação estão ligadas à definição de uma auto-imagem, estes são os quatro componentes da ação pessoal.

É natural que a auto-imagem vá se transformando no decorrer da vida e a cada ação praticada, especialmente se as ações forem diferentes. O que ocorre é que o corpo-social não exige que os indivíduos desenvolvam todo seu potencial e limita as suas ações para ações repetidas, só através do que o autor denomina “auto-educação” é que podemos expandir o que entendemos como nossos limites e explorar nosso potencial mais amplamente.

Maria Cláudia S. Lopes


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