sábado, 25 de janeiro de 2014

Aula do dia 21 de Janeiro de 2014


Iniciamos a aula com a leitura e ponderação dos dois últimos Cadernos do Nós, das alunas Sara e Tamara, respectivamente. Durante a leitura do texto da Sara, o professor levantou uma questão sobre uma frase que ela citara: "não existe natureza humana, existe cultura humana". A frase nos fez retomar a ideia de que os aspectos culturais da sociedade, a qual estamos vinculados, nos ditam comportamentos específicos, tanto pisco-emocionais como físicos. Nesse momento o professor indicou dois livros: "Cultura - Um Conceito Antropológico" de Roque de Barros Laraia e "Sociologia e antropologia" de Marcel Mauss. Ambos abordando a influencia direta e indireta da cultura nas ideias que se refletem nos corpos.

Em seguida, lemos também a versão do Caderno do Nós escrito pela Tamara, onde a única observação foi feita pelas alunas Giovanna e Sara, questionando momentos da aula que Tamara supostamente teria esquecido de mencionar. O que, na verdade, revelou-se um equívoco que as próprias alunas reconheceram __ Não farás o santo barraco em vão!

A aula concentrou-se na consciência do funcionamento da relação quadril- coluna-bacia. Todos os alongamentos, aquecimentos e exercícios foram ministrados em função do reconhecimento e controle dessa região. Começamos deitando no chão e levamos a nossa percepção para a coluna. "Qual parte da coluna toca no chão, qual não toca?" Passamos para os alongamentos que surpreenderam a grande maioria da turma, pois além das já costumeiras (nem por isso fáceis) extensões, contrações e torções, fomos "convidados" a ultrapassar, ainda que de forma sensata, os nossos limites físicos. Foi sinônimo de espanto quando o professor nos disse " Agora vocês podem subir para a ponte". Claro que muitos de nós tivemos dificuldades, afinal não estamos acostumados a tratar o nosso corpo com tamanha audácia (acompanhada de lucidez).


Fonte: Google Imagens


Após passarmos pelos tortuosos alongamentos, fomos orientados a nos levantar, transpondo pelos diferentes níveis, buscando apoio e sustentação para a região do quadril. Os movimentos deveriam ter um fluxo, uma continuidade e eram baseados nos próprios alongamentos que tínhamos acabado de concluir. Quando finalmente ficamos de pé, eis que passamos a fazer o "exercício característico de atividades teatrais": andar pelo espaço! Ao caminharmos, buscávamos o olhar dos colegas e nos deixávamos interagir pelos mesmos, até que em determinado instante (de forma orgânica) escolhíamos uma pessoa para abraçar. Abraçamo-nos!


Fonte: Google Imagens

Ainda de forma orgânica um indivíduo de cada dupla apoiou as mãos no quadril do colega, orientando e discernindo os movimentos oriundos da região trabalhada. Enquanto o indivíduo que se movia e se deixava mover deslocava-se no espaço, o outro explorava a região e poderia tocar nas cristas ilíacas, espinha ilíaca, pélvis, e ísquios, o que gerou, no final da aula outra discussão do papel antropológico que a região pélvica exerce.


Imagem: Paint


Continuamos a explorar os movimentos do quadril, agora individualmente, como se quiséssemos desenhar o símbolo do infinito com o mesmo. Hora fazíamos movimentos grandes, hora pequenos, hora contínuos, hora com quebra de velocidade a fim de explorar as potencialidades dessa área que de acordo com a aluna Sara é "mágica". Deslocamos pelo espaço, ainda movimentando a região, mas agora trabalhando a ideia de abertura e fechamento da bacia, arriscando também, o limite do nosso equilíbrio a partir do nosso centro gravitacional.

Partimos então para o momento mais esperado da aula: a parte teórica! Em roda discutimos sobre os exercícios que fizemos, nossas facilidade e limitações. Como já mencionado, discutimos também o quão a região do quadril e da pélvis fala sobre o nosso comportamento social. Levantamos a questão sobre o tempo de pesquisa no corpo e como é possível aumentar o vocabulário físico, como conversar com o corpo. Findamos a aula com os esclarecimentos a respeito das avaliações finais, a descrição e a apresentação dos processos individuais. Voltamos para casa com dúvidas necessárias, compreensões novas, suores inovadores e dores inquestionáveis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seu comentário com objetivo de colaborar com o registro das atividades. Evite exclamações sem conteúdo. Este é um blog de trabalho.