(Capela dos ossos - Évora, Portugal)
"Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos"
Eu iria postar essa aula com um pouco mais de
antecedência, mas quando fui fazer a postagem, estava tudo muito lindo, muito
belo, um incompleto bastante explicativo, mas ao tentar postar, tudo sumiu... Irritei-me
tanto que não queria mais saber de blog, o que eu particularmente acho um
porre, apesar de ser uma ótima ferramenta pedagógica. De todo modo eu não
poderia deixar de postar, então escrevi tudo no “Word” e fui salvando, para não
correr o risco de perder tudo novamente. Mas vamos ao que realmente interessa:
(Acho essa imagem linda demais)
Iniciamos a aula dia quatro de Março de
2013 com a apreciação da postagem de Marcelo Camargo, logo em seguida formamos
uma roda onde a professora relembrou-nos algumas especificidades a respeito dos ossos de nosso corpo, chegando a um ponto chave de sua explicação, a fala
sobre periósteo e propriocepção.
*Periósteo: É uma membrana de tecido conjuntivo denso, muito fibroso,
que reveste a superfície externa da diáfise, fixando-se firmemente a toda a
superfície externa do osso, exceto à cartilagem articular. Protege o osso e
serve como ponto de fixação para os músculos e contém os vasos sanguíneos que
nutrem o osso subjacente, também trabalhando no espessamento dos ossos
incorporando a superfície do mesmo.
(Não sei até onde isso do frango é verdade, mas se for, a foto é bastante ilustrativa.)
*Propriocepção: é o sentido que faz com que nosso cérebro desenvolva um mapa interno do corpo de modo que possamos fazer atividades sem precisar monitorar tudo visualmente o tempo todo. (A maioria das pessoas ignora a existência desse sentido. Isso é um problema particularmente sério quando ele não funciona bem. Se nem ao menos temos consciência de que o sentido existe, é muito difícil entender problemas relacionados a ele).
Conforme as explicações da professora Renata
o periósteo é uma camada extremamente sensível, e nós podemos estimular essa
camada nas partes de nosso corpo onde os ossos são mais salientes, para isto
basta darmos pequenos golpes nestes locais, fazendo com que o nosso cérebro
instintivamente crie uma espécie de mapa mental do nosso esqueleto, algo muito útil
para que consigamos nos conhecer melhor e aprofundarmos nessa busca interna que
é o teatro.
Após todas as explicações a professora Renata
propôs um exercício que nomeamos de Batuque dos Ossos, a intensão era clara,
estimular nosso periósteo, fazendo com que conseguíssemos mapear nossos ossos,
e ao mesmo tempo, tínhamos que mover o corpo para esmiuçarmos a nossa propriocepção,
já que os receptores deste sentido se localizam em maior parte em nossas
articulações. Mantivemo-nos grande parte do tempo batendo em nossos ossos
salientes, e conforme pedia Renata íamos fazendo movimentos mais elaborados,
partindo de nossas memórias, sensações, imaginação e emoções que surgiam
conforme mapiávamos nosso corpo, tudo isso acompanhado de música, a qual
deveria guiar ou contrastar com nossas atividades. Então, paramos o batuque,
mas continuamos com os movimentos, uma viagem muito louca, particular e
coletiva ao mesmo tempo. Durante bastante tempo nos mantivemos movendo, e
movendo, e movendo... Então, tínhamos que escolher três movimentos específicos
e experimentá-los ao máximo, fazê-los grandes, pequenos, com diversas emoções, intensidades,
propósitos...
(Bom, como falamos muito sobre ossos e mais ossos, me veio a cabeça as imagens de um lugar que quero muito visitar, não sou católico não, mas acho essa capela uma verdadeira obra de arte. A Capela dos Ossos é um dos mais conhecidos monumentos de Évora, em Portugal. Está situada na Igreja de São Francisco. Foi construída no século XVII por iniciativa de três monges que, dentro do
espírito da altura, contra-reforma religiosa, de acordo com as normativas do Concílio de Trento, pretendeu transmitir a mensagem da transitoriedade da
vida, tal como se depreende do célebre aviso à entrada: "Nós ossos que
aqui estamos pelos vossos esperamos". A capela era dedicada ao Senhor dos
Passos, imagem conhecida na cidade como Senhor Jesus da Casa dos Ossos, que
impressiona pela expressividade com que representa o sofrimento de Cristo, na
sua caminhada com a cruz até ao calvário.)
(Esse é o detalhe do encontro do teto com uma das colunas da capela)
(Esta parede é uma base comum, parede mesmo, mas é revestida com centenas de ossos humanos)
(Essa é a imagem de Senhor Jesus da Casa dos Ossos)
Voltando a aula, novamente nos víamos em roda, mas agora a
proposta era apresentarmos ao grupo esses movimentos selecionados durante o
exercício, as regras eram:
1-
No centro da roda só poderiam ter no máximo três pessoas;
2-
Cada um poderia expor apenas um movimento por vez, para
apresentar outro, deveria sair da roda e entrar novamente;
3-
Era necessária a interação entre as pessoas que faziam os
movimentos;
(Olha a gente aí! Ai que delicinha - KKKKKK)
Ao finalizarmos este exercício, nos sentamos,
ainda em roda, e discutimos sobre todo o ocorrido em aula, as particularidades
vividas por cada um, conforme exemplos abaixo:
Ibrahim
(Eu):
Consegui acessar minhas emoções através do meu corpo.
Lorenna: Sentiu dor no ombro
direito, como quando fazia natação há um tempo.
Lívia: Puxou na memória
explicações dadas pela bela Hellen acerca dos ossos, articulação dos ossos da
face e sua abertura com traumas frontais, a origem dos glóbulos brancos e
vermelhos do interior dos ossos do corpo.
Thiago: Percebeu uma grande
melhora em sua respiração ao estimular os ossos da face.
Bárbara: Lembrou-se do
Ronaldinho... É que ela durante o exercício percebeu seu joelho por bastante
tempo, e em sua memória veio a imagem do Ronaldo quando ele teve aquele famoso
problema no joelho.
Puxando um gancho na memória da Bárbara, a
Renata seguiu a aula nos fazendo estimular a patela. Puxa pra cá, empurra pra
lá, puxa... (puxa Lorenna puxa – piada da
turma)... No início estávamos receosos, com medo de machucar ou deslocar
essa coisa estranha do nosso joelho, mas nos habituamos até entendermos melhor
como essa proteção da articulação do joelho funciona (Ah, e lembrem-se a patela
não enfia dentro do joelho, tá?).
E ao final da aula recebemos a notícia de um
possível atropelamento, ou um atropelamento “fake”... E nós saímos felizes para
sempre até as decepções da vida.
Os sites que li para pensar nessa postagem:
Ibra Estôpa
(Aulas 04/03/2013)
Não fiz nenhum comentário ao final da aula, então gostaria de registrar o meu aqui: realmente batucamos nossos ossos! O meu batuque me fez ampliar minha percepção, sentimentos, espaços,alongou meu movimentos, trouxe fluidez para minhas articulações. Escutei meus sons internos, fiz sons quase inaudíveis e compus sonoridades audíveis.Posso dizer que criei música pela sonoridade óssea.
ResponderExcluirMas não entendi na postagem que relação o autor fez entre ossos e propiocepção.Será que o osso trouxe uma concretude à percepção?
gente que feio não assinei a postagem.
ResponderExcluirMárcia.
Não Márcia, talvez não tenha ficado muito claro, mas a fala sobre periósteo e propriocepção, foi da professora Renata ao propor o exercício. A atividade era composta de dois princípios básico, o batuque nos ossos para estimular a sensação dos mesmos, e os movimentos articulatórios para estimular a propriocepção, tomando por base que este sentido está ligado diretamente aos nossos movimentos, e a percepção do corpo no espaço(vide a postagem superior: "aprofundando o conhecimento acerca da propriocepção" postado pela professora Renata)
ResponderExcluirEspero ter ajudado, abração, até mais.