A turma do Corpo e voz 1 participou
da aula em conjunto com os alunos de outro período, em que a professora
responsável era a Drª Ana Elvira Wuo. A primeira parte de aula correspondeu à
palestra sobre Saúde Vocal, realizada pela fonoaudióloga, especialista em Voz e
Motricidade Facial, Andrea Alves Mendonça, a convite da Profª Drª Ana Elvira
Wuo. A palestrante se apresentou e iniciou discorrendo sobre a Fonaudiologia,
dizendo que esta se configura como uma ciência que atua na comunicação humana,
abrangendo áreas como a patologia e aperfeiçoamento, incluindo aqui: voz, fala,
audição, motricidade orofacial, leitura e escrita. Explicou que a palestra
seria sobre a voz, o cuidado com a voz e a produção vocal, em seu aspecto
fisiológico, compreendendo o ajuste da respiração, a produção da vibração de
pregas vocais, articulação, ressonância e a pronúncia.
Logo em seguida, utilizando
como recurso o “data show”, apresentou as perguntas:
“ - Você acha que sua voz é rouca?
- Alguém já comentou que sua voz é rouca?
- Você fica rouco por mais de dois dias?
- Sua voz fica rouca após um dia inteiro de
trabalho?
- Você tem ou já teve algum problema de voz?
- Você tem algum destes sintomas na laringe:
coceira, ardor, dor?
- Tem a sensação de garganta seca, queimação,
aperto ou bola na garganta?
- Falta ar para você na hora de falar?
- Ao final do dia, sua voz fica mais fraca?
- Quando você fala, suas veias ou músculos do
pescoço saltam?
- Você fala durante muitas horas seguidas?
- Você pigarreia constantemente?
- Você tem alergia das vias respiratórias?
- Você tem dificuldades digestivas, azia ou
refluxo gastresofágico?
- Você fuma?
- Você se automedica quando tem problemas de
voz?”*
*obs: todas
as reproduções escritas dos slides foram autorizadas por Andrea Alves Mendonça,
assim como a descrição da palestra para o blog. As reproduções são sinalizadas
por aspas “”
A palestrante fez algumas considerações
sobre as perguntas acima: apontou que dor de garganta difere da dor na laringe –
aquela se manifesta durante a deglutição, esta se apresenta ao falar; veias e
músculos do pescoço saltarem durante a fala pode ser em decorrência do ajuste
respiratório inadequado; sobre o pigarro – provoca alívio imediato (retirada mecânica
da secreção do local), porém esta ação implica no batimento mais forte das
pregas vocais, acarretando em lesão da laringe. Em consequência, mais secreção
é produzida como mecanismo de defesa, gerando um círculo vicioso. Ela disse que
o pigarro é permitido uma vez por mês apenas!
Disse
também que beber água é benéfico para as cordas vocais, pois ao falarmos,
respiramos pela boca (não havendo tempo hábil de respirar pelo nariz a cada
pausa respiratória), causando ressecamento da boca. De acordo com Andrea
Mendonça, ao tomarmos água, ocorre hidratação do ar inspirado, protegendo a
garganta e tornando a mucosa menos sensível. Destacou também sobre a
importância de beber água “de gole” ao invés de grande quantidade de líquido antes
de uma apresentação, para evitar o ressecamento da garganta.
Retornando
às perguntas, a palestrante informou sobre os equívocos da automedicação,
afirmando que mel e gengibre podem auxiliar no caso de dor de garganta
decorrente de resfriados, porém não úteis para tratar a voz; gengibre, se ingerido
em excesso, irrita a garganta. Informou também que mel, chocolate, leite e
derivados devem ser evitados antes do uso mais intenso da voz, por exemplo,
antes de cantar. Sugeriu para aquecimento de voz: comer maçã (torna a saliva
menos “grossa”), fazer exercício de ressonância e beber água de gole.
Posteriormente,
a fonoaudióloga mostrou uma foto do aparelho fonador (não foi a foto abaixo,
mas parecida) e demonstrou com as mãos o movimento das pregas vocais.
ponta-da-lingua.html
Passou também um vídeo que demonstrava
o exame: videonasofibroscopia, em que é possível visualizar desde as narinas
até as pregas vogais (inclusive o seu fechamento, quando solicitado ao paciente
que pronuncie a vogal E, por
exemplo).
Site do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=dpRPYD-rEqE
Logo após, Andrea Alves Mendonça discorreu
sobre a forma em que a voz é produzida, apresentando no slide:
“A
voz é um componente na comunicação interpessoal, uma vez que transmite
palavras, mensagens e sentimentos. Devido a isso, torna-se responsável pelo
sucesso das interações humanas, tanto em âmbito privado quanto em âmbito
profissional” (BEHLAU, DRAGONE, NAGANO, p. 10, 2004).
Em
seguida, mostrou imagens de algumas alterações vocais (disfonias) e lembrou que
afonia significa sem voz.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S0034-72992003000600012
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S0034-72992003000600012
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Pólipo
https://www.pacienteipo.com.br/janelas/doencas/dc-Polipo_vocal.htm
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Edema de Reinke
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/
revisoes/1389/rouquidao.htm?ancor=72978
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Câncer de laringe (estágio avançado)
http://saudecelulahumana.blogspot.com.br/2017/06/
cancer-de-laringe.html
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Algumas considerações feitas
pela fonoaudióloga: nódulos se localizam na pele ao redor da prega vocal, já o
cisto ocorre dentro da prega vocal. O edema de Reinke (inchaço da prega vocal)
decorre principalmente do tabagismo e do refluxo intenso. O pólipo possui
aspecto mais gelatinoso e pode ocorrer a partir de alergia e de UM grito.
A palestrante apresentou
sugestões para a higiene vocal – cuidados com a voz:
“- Beba água em pequenos goles, em
temperatura ambiente durante todo o período que estiver ministrando aula;
- Evite fumar ou ficar perto de fumantes no
interior das aulas;
- Evite falar na presença de ruídos externos
não controláveis (sirenes de ambulância, aceleração de caminhões). Minimize
ruídos;
- Evite gritar! Procure aproximar-se ao dar
ordens, conversar;
- O microfone é um bom recurso para utilizar
em ambientes abertos;
- Fale em intensidade moderada e num tom
confortável para não forçar as pregas vocais;
- Articule com precisão as palavras, sem exageros,
para que a mensagem seja bem compreendida e haja redução do esforço das pregas
vocais e por consequência, da voz;
- O relaxamento com o pescoço é sempre
indicado para diminuir a tensão nesta região.”
A
palestrante explicou sobre aspectos relacionados à emissão da voz: respiração, prega
vocal, ressonância, articulação. Disse que o tipo respiratório utilizado durante
a fala deve ser a costo diafragmática abdominal, no intuito de evitar aumento
de tensão na região cervical. Demonstrou por meio de vídeo, o mecanismo da
respiração. Link do vídeo:
Ela
solicitou que levantássemos e colocássemos as mãos nas costelas para perceber o
movimento delas durante a respiração e pediu que controlássemos a expiração
(relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais) contando pelo menos 15
segundos. Informou que este treinamento é útil para pessoas que utilizam
bastante a fala: exemplo – professores e cantores (os cantores utilizam tempo
mais prolongado durante a expiração – exemplo: 25 segundos para cantores
líricos).
Passou
um vídeo que mostrava o fechamento das pregas vocais e explicou sobre a
ressonância (nosso filtro sonoro, que amplia e modifica o som), dizendo que ela
pode ser laríngeo-faríngea (inadequado), oral e nasal. Falou também sobre os articuladores, dizendo
que eles auxiliam na projeção do som e na pronúncia.
Resssonância
http://immusicstation.blogspot.com.br/2014/05/ressonancia.html
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A fonoaudióloga ressaltou
sobre a importância do aquecimento e desaquecimento vocal. Sobre o aquecimento
vocal - preparo necessário antes do uso intenso da fala - ela demonstrou na
prática alguns exercícios, como movimentação circular da língua no vestíbulo
oral nos dois sentidos (horário e anti-horário) – sugeriu 5 vezes para cada
lado, com o objetivo de alongar a laringe; vibração da língua; e utilização da
pronúncia de vogais. Para o desaquecimento:
“- Bocejo
- Períodos sem fala
- Vibração*
- Atenção ao volume da voz”
*a vibração da língua é
utilizada para o aquecimento, mas também durante o desaquecimento da voz.
A segunda parte da aula foi
realizada em outra sala (retornamos à disciplina Corpo e Voz 1, sob orientação
da Profª Drª Renata Bittencourt Meira). A atividade proposta pela professora
foi o jogo de “caça e caçador”, em que o caçador (um aluno) deveria correr
atrás da caça (outro aluno), enquanto os outros participantes permaneciam
deitados. Quando o caçador chegasse perto da caça, esta pulava por cima de
alguém que estava deitado e deitava imediatamente. A pessoa que foi pulada se
levantava, tornando-se o caçador e o antigo caçador se tornava caça.
Orientações foram dadas: o caçador e a caça deviam andar ou correr no mesmo ritmo,
observando o tempo do jogo e necessitavam utilizar o espaço da sala (atentando
para não tropeçar nos outros participantes, além de permitir que todos que
estavam deitados, em diversos espaços da sala, pudessem participar da dinâmica).
Posteriormente, o nível de dificuldade foi aumentando: dois caçadores e duas
caças, três caçadores, três caças, quatro caçadores e quatro caças e assim por
diante. Quanto maior a quantidade de caçadores e caças, menor a velocidade de
jogo no intuito de evitar acidentes e treinar o tempo.
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