quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Socialização dos processos - Dia 15/12/2015 (Noturno)

Aula de apresentação dos processos contextualizados nos textos estudados durante o semestre, iniciado hoje pela aluna Bruna.


1º Processo (Bruna Mariano)

Ela entra com uma capa de chuva amarela e fronha na cabeça, impedindo assim que se tornasse irreconhecível, que foi o seu signo para descrever como ela se sentia antes deste processo. Começa a despir-se, como foi descobrindo seu próprio corpo. Ressaltou na sua fala uma citação: “Viver é afinar o instrumento de dentro para fora, de fora para dentro”. Segundo a professora Renata o foco da sua apresentação foi a “Personalidade                                                                                                 Expressa” de representação.


2º Processo (Gabriela Luz)

A imagem de uma floresta projetada acima de um rodapé de velas brancas, foi o cenário para expandir-se a partir de movimentos baixos e prevalecendo movimentos giratórios. Na sua fala anuncia que começou o processo pela dor; conta fatos da sua infância; a relação da aparência física com a opinião estética trouxe referências pessoais da aluna. Segundo a professora Renata o foco de sua apresentação foi um resgate. Para encerrar a apresentação, a aluna propôs que todos ficassem em círculo com a turma e propõe a brincadeira “corre cotia”.



3º Processo (Gleison Santos)

Iluminado por velas ao fundo, e uma espécie de altar no centro, refletiam-se na longa saia branca rodada, para adentrar nos movimentos do balé clássico seguido de movimentos da dança afro, mesclando giros clássicos com giros de cultura popular. Segundo a Renata sua proposta é alegrar, tem ares festivo. A frase utilizada pelo aluno ficou bem marcado durante a apresentação do seu processo: “Não é preciso ter asa para voar, é preciso conhecer bem o chão, porque se um dia você cair é ele quem vai te acalentar. ”



4º Processo (Alisson Leal)

Rosto pintado branco e preto, inicia lendo um texto com fundo musical. O aluno fez várias variações de quadros cênicos onde descrevia em como foi todo o seu processo e a dificuldade que tem em lidar com seu corpo. Ao final houve um compartilhamento de fatos vividos em sua vida. Algumas frases ficaram marcadas na apresentação do seu processo: “ Meu corpo é um vaso que quebra mais que pode ser reaproveitado. ”, “Aprendi que o toque nem sempre é a malícia, o toque pode ser gentil...”. A professora Renata fez algumas colocações sobre o trabalho do aluno dizendo como foi expressivo e forte, uma espécie de melodrama na escolha estética que se mistura com o hiperdramático do seu corpo.






5º Processo (Lara Pires)

O compartilhamento do processo começou com as luzes apagadas e a aluna pendurada em uma grade, ao descer ela recebe uma bola e começa a se despir mostrando alguns imobilizadores que utilizava quando fez cirurgia em seus joelhos. Seguido de gestos e movimentações a aluna começa a se despir, ao dizer um texto é proposto que pintassemos o seu corpo com algumas tintas dispostas pelo cenário. A professora Renata sugere a leitura de textos sobre o uso da Educação Somática após traumas causados por acidentes e como esse corpo uma vez lesionado pode ser trabalhado.



6º Processo (Bruno Marcitelli)

A apresentação começou com uma espécie de ritual, em movimentações circulares o aluno traz em seu corpo gestos de culto a máscara, onde houve uma interação bastante expressiva e viva. Ao final, Bruno explica que a performance faz referência de como atualmente nosso corpo é atravessado pela tecnologia.





7º Processo (Keila Machado)

Foi extremamente sensível a apresentação da aluna, com uma roupa preta que marcava bem o corpo (algo que ela mesmo dizia a incomodar), a aluna fazia uma força contraria a parede mostrando tônus muscular e fazendo variações de movimentos ainda na parede. Logo depois, ela virava para o público, agora serena, segura de si. A música escolhida dizia muito sobre os incômodos vividos pela maioria: “Quando você tira a roupa algo se revela...”. A professora Renata explica que é interessante a forma como a aluna utilizou a parede, e que um de seus exercícios é justamente fazer com que o aluno empurre as paredes, com todas as partes do corpo para ganhar tônus. 


Texto: France Nete e Gleison Santos
Fotos: Aryel Costa


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Aula do Dia 15/12/2015




  •  Iniciamos a aula com a apresentação de Sara Stéfanni. Em sua apresentação notamos uma noção de espaço e de memória bastante instigante. Trouxe elementos da primeira aula e a improvisação fluiu. O modo como ela acordou o corpo com a "chuva" foi coreográfico e estético. Ela também concluiu dizendo que sempre foi muito dura e que está evoluindo. O texto que a inspirou foi o de Klauss Vianna.




  • Seguimos com Rafael Roberto. Ele explicou detalhadamente seu processo. Existe um "tabu" - como ele mesmo descreve - em respeito ao seu braço direito e de início, a matéria Consciência Corporal o surpreendeu. Inclusive o exercício que mais gostou foi o das bolinhas. Sua coluna avançou muito com as aulas, a dor desapareceu, mas o que não avançou foi o braço. Não melhorou mas o ajudou a aceitá-lo com mais facilidade. Ele também sentiu a evolução através do Caderno do Eu. E novamente considerou um "tabu" as improvisações livres. O medo de parecer ridículo o apossou de certa forma. Ele citou Godard pelo lado fisioterapêutico, foi o autor que mais o agradou. Bolsanello também é bem similar com o seu processo.




  • Ana Vitória trouxe elementos da Dança do Ventre, que é bem marcante em sua vida. Ela encantou com os movimentos suaves dos braços e do quadril. Utilizou do apoio, enraizamento e de intenso contato visual. Descobriu novos movimentos como ela mesmo disse. A autora que mais gostou foi a Bolsanello.




  • Alessandro Cardoso fez um espetáculo. Expôs a sua insegurança e a auto aceitação. Resgatou memórias de todo o processo e inclusive de sua vida pessoal. A aula de Consciência Corporal o ajudou bastante na aceitação do próprio corpo. E ainda fez uma crítica aos padrões de beleza. Seu processo consistiu nos textos de Klauss Vianna e Bolsanello.




  • A Mayara expressou-se com clareza. Comentou sobre todo o processo, desde o primeiro momento que a causou extrema timidez. E mesmo não sendo da área teatral, conseguiu fazer analogias entre a Educação Física e o Teatro, inclusive "adotando" uma das atividades para o seu ramo. Ela comentou sobre a difícil aceitação sobre o seu jeito de ser, uma mulher-alfa. Se identificou bastante com a Bolsanello exatamente por esse ponto em específico, a auto aceitação.



Por Italo Gabriel e Vitor Matsuo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Trabalho final

14/12/15 - Integral

 TRABALHO FINAL (AVALIAÇÃO INDIVIDUAL)


  O primeiro a apresentar foi o Vitor Matsuo com a suas tintas magníficas e seu trabalho lindo com as duas cores azul (representava as partes do corpo que ele teve mais facilidade durante o processo) exemplo: pés laranja(representava as partes do corpo que ele teve mais dificuldade em trabalhar nesse semestre) exemplo: lombar, parte de trás dos joelhos), e ele marcou de azul o externo que foi falado na aula da professora Dirce.
 
O segundo a apresentar foi o Eduardo, com sua forma de se expressar mais formal e sua elegância com as palavras, falou sobre o pisar dele durante a sua adolescência que era considerado "diferente do suposto padrão imposto pela sociedade" e de como ele se olhava nas vitrines para tentar corrigir esse andar, também observava o andar das outras pessoas para tentar corrigir, falou também de como andava com a mochila pesada forçando a coluna. Em seu trabalho trabalhou a memória, um fator importante para o trabalho do ator. A professora Renata falou que ele precisa melhorar o olhar pois estava olhando muito para baixo e que o lúdico, poético pode ajudá-lo mais para frente.
 
A terceira a apresentar foi a Beatriz com sua música maravilhosa que surpreendeu todos, ela que quando começou a aula era super tímida, hoje está mais solta, aprendeu a se soltar, dançar, e perdeu um pouco da vergonha, está menos tensa e isso é notável.
 
O terceiro a apresentar foi o Fânior, o capoeirista escondido e sambista, surpreendeu a todos também com seu jogo e sua expressividade, levou até uma acompanhante para sambar com ele. Mas não deixou de fora o que aprendeu nas aulas, usando os movimentos das aulas não só para a apresentação mas também para a vida lá fora, adquiriu até alguns para a sua peça.


- OBSERVAÇÃO: peço desculpas pelas fotos e pelos vídeos, mas meu computador não está nem ligando, assim que eu arrumar outro eu posto aqui.




quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Demonstração e Texto Final

Demonstração de cada um dos estudantes
Dias 14, 15 e 16 - das 14h às 17h40 e das 19h às 22h30:

Datas das apresentações
                                     Mínimo 4 minutos, máximo 10 minutos

14 de dezembro
Integral
Vitor Matsuo, Mayara, Eduardo, Beatriz, Fanior
15 de dezembro
Integral
Sara, Ana Vitória, Alessandro, Rafael,
16 de dezembro
Integral
Ítalo, Gabi Tannous, Júlia, Ana Paula, Vitor Marcitelli


14 de dezembro
Noturno
Ariel, Carla, Samuel, Toshirol, Célio, Rosana
15 de dezembro
Noturno
Bruna, Gleison, Alisson, Lara, Bruno, Keila, Gabi Luz
16 de dezembro
Noturno
Frederico, Leiliane, France, Margarete, Victor Gargiulo


Caso alguém queira mudar de dia ou de horário, é possível fazer uma troca apenas com o consentimento do colega com quem vai trocar.
Cada um terá 30 minutos para fazer e discutir sua demonstração.
Os equipamentos e materiais devem ser solicitados com antecedência para 
Lucas e Juliana, monitores da disciplina.

Quanto ao Texto Final
  • deve conter de 3 a 5 páginas, imagens à parte;
  • deve ter ao final as referências, bibliográficas, iconográficas, e outras
  • não precisa capa, coloque um título seguido de seu nome completo na primeira página
  • pode levar questões do texto para a discussão da demonstração
  • envie por e-mail até dia 19 de dezembro pelo endereço renatameira@ufu.br



segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

REGISTRO 30/11 - NOTURNO


Na segunda-feira dia 30, tivemos uma aula diferente das habituais, fomos assistir à performanceMangnólias: Negras Grafias Em Outros Trajetos, o personagem trás através de movimentos e relatos uma narrativa carregada de uma crítica ao sistema que oprime a minoria negra, relata abusos sofridos ao longo da vida e como isso moldou suas escolhas e também seu corpo. O artista apresentou movimentos convictos e enraizados, ele relata experiências com a capoeira; traçando uma relação a partir de concepções pessoais ligo o enraizamento a danças de matrizes africanas que parecem trazer a repetição e uma ligação homem e espaço. Presenciamos na performanceo que observamos e praticamos na aula. A segunda performance tratava-se de uma mulher nua toda coberta de gesso, eram reproduzidos depoimentos de mulheres e dos diferentes níveis de opressão que vivenciamos cotidianamente. O gesso ao ser quebrado e retirado do corpo com movimentos ríspidos das mãos revelam que o corpo trás sua linguagem, a mulher deseja ter sua identidade assegurada, o corpo nu demonstra a mercantilização deste
Minha impressão vem por meio de um poema e a sugestão de uma música:

Começou o mundo sentindo o balanço da mãe,
Depois nascido homem teve de se arrastar
sentir a pedra e o chão.
Crescendo se pôs de pé,
Mas para cada menino de pé no mundo
Houveram desfechos e histórias a alimentar e moldar seus corpos
Narrativas apresentam-se em cada músculo
Há tensões, movimento, ossos e carne
Há expressão e corpo manifesto.











E por fim o convite performance para o Encontrão


Keila Machado

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Registro da aula de 30/11/2015 [integral]

Foi uma aula de recapitulação de conceitos que foram colocados ao longo do semestre e experimentados em 5 improvisações propostas.

Primeiramente, solicitou-se que nos atentássemos para os movimentos repetidos, aqueles que sempre aparecem em movimentações e improvisações, e se eles têm algum significado ou se são apenas “encheção de linguiça”.

Partimos então para o trabalho de sensibilização do pé com a bolinha de borracha. Começando com aplicação de uma leve pressão do pé na bolinha afim de ativar a percepção de pele. Depois, com uma pressão média, acordar a musculatura do pé e, por fim, usando uma pressão mais forte para massagear os ossos abrindo os espaços entres eles.

Com os dois pés acordados, revisitamos o “enraizamento dos pés” e iniciamos o primeiro improviso explorando os apoios dos pés com o chão e as forças que atuam no caminhar.

Depois, fizemos uma “roda de conversa” onde revisitamos conceitos de expansão, recolhimentos, oposição, eixo, alinhamentos, resistência, impulso, movimento fluído, movimento quebrado, etc.
Com todas as dúvidas sanadas, o segundo improviso partiu dos movimentos das articulações motivados pela exploração dos conceitos colocados na roda de conversa.

O terceiro improviso teve início com o corpo no chão, percebendo os apoios, as partes mais pesadas, os calcanhares, os cotovelos, a respiração... a exploração do movimento partiu do empurrar o chão com as partes do corpo que o tocavam, de impulsos e rolamentos, procurando diferentes apoios e explorando projeções.

A quarta improvisação foi emendada na terceira e partia do peso do corpo, de suas partes, e relações com o eixo os alinhamentos, desequilíbrios e equilíbrio.

O quinto e último improviso foi livre, se não me engano foi colocada a música “Na Carreia” do álbum “O Grande Circo Místico” de Chico Buarque e Edu Lobo. Neste improviso, todos estamos livres para usar tudo o que foi proposto, experimentado e desenvolvido durante o semestre de aulas.
Por fim, fizemos uma roda de conversa de avaliação onde cada um comentou como foi sua experiência com improvisações da aula.

Eduardo Bernardt

sábado, 28 de novembro de 2015

Caderno do Nós - Aula do dia 23/11

Roda de conversa:
• Comentários sobre as postagens no blog, relacionando bibliografias lidas e caderno do nós;
• Orientação sobre o trabalho final, o qual deve refletir a experiência do eu, individual e coletivamente. Tentando não ser genérico, especificando detalhadamente a evolução do processo;
• Reflexões acerca do texto: Gesto e Percepção, escrito por Hubert Godard, que fala sobre uma mesma coreografia organizada de formas diferentes, só percebidas se analisadas minuciosamente (cada pessoa tem sua forma de organizar movimentos);
• Organização anterior ao movimento (apoio, impulso, levantamento do braço, etc.);
• Reiteração da necessidade de especificar a referência bibliográfica dos termos técnicos usados nos textos escritos por nós, pois estes termos além de não ter sido criados por nós, podem variar o significado de um autor para outro;
• Menção à técnica Alexander, ao Dalcroze.

Momento prático-reflexivo:
• Apresentação em Datashow de: musculaturas do rosto que podem ser alongadas a fim de tonificá-las;
• Com os olhos fechados, fizemos um exercício de organização postural, buscando uma atenção para o rosto;
• A professora pediu para lavarmos bem as mãos, depois fizemos um trabalho de manipulação de músculos da face (ocular, da bochecha, mais próximo ao nariz, perto do queixo), lado direito e lado esquerdo, às vezes introduzindo os dedos na boca a fim de conseguir esticar/ alongar os músculos tonificando-os;
• Verificamos o efeito deste alongamento, primeiro de um lado, depois do outro;
• Estando o rosto aquecido, a professora propôs treinarmos sete máscaras de expressão facial em frente ao espelho: estreita, larga, curta, longa, fechada, aberta e assimétrica;
• Exercício da fala com as máscaras treinadas, projetadas no rosto, suavizando e naturalizando aquela expressão, seguido de comentários e risadas a partir das expressões que eram formadas;

http://thumbs.dreamstime.com/t/m%C3%A1scaras-teatrais-15221156.jpg

Imagem disponível em: <http://thumbs.dreamstime.com/t/m%C3%A1scaras-teatrais-15221156.jpg> acesso em nov. de 2015.

• Improvisação com atenção à expressão facial, deixando o corpo todo envolvido no movimento. Um fundo musical poderia ser o ponto de partida para conduzir o corpo;
• Também foram visualizadas no Datashow máscaras que moldam diferentes expressões, pessoas de diferentes nacionalidades em trabalhos, cuja expressividade está à mostra.

Comentários importantes:
• A postura influencia na expressividade do artista;
• Referência à musculatura Isquiotibial, a qual varia de tamanho se a lombar é alongada ou encurtada;


http://cecor.mx/wp-content/uploads/2013/07/post_desgarro-isquiotibial.jpg
















Imagem disponível <em: http://cecor.mx/wp-content/uploads/2013/07/post_desgarro-isquiotibial.jpg> acesso em nov. de 2015.

• Os significados do olhar;
• A importância da maquiagem para delinear o rosto.http://4.bp.blogspot.com/_7kZL_WuHgTo/SjjXC1U2fEI/AAAAAAAAApQ/91ACs95lVzY/s400/m%C3%A1scara+teatro.jpg
















Havendo necessidade de corrigir ou acrescentar alguma coisa, estejam à vontade para adequar o meu post.
Até o próximo encontro!

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Caderno do Nós, 24/11 - Noturno

Das Particularidades do Gesto e do Movimento


Logo no início do nosso encontro de hoje, Renata trouxe à baila um exemplo do texto Gesto e Percepção, escrito por Hubert Godard  a respeito das características específicas do movimento de Fred Astaire e Gene Kelly (e não Ginger Rogers, que também tem suas particularidades de movimento). Do texto de Godard, retiro um trecho (2002, 15-16):

No filme Ziegfeld follies, de Vincent Minelli, de 1945, Fred Astaire e Gene Kelly executam um duo  em que realizam exatamente os mesmos gestos, ao mesmo tempo. No entanto, o efeito produzido por cada um dos dançarinos é radicalmente diferente. Como explicar essa diferença? Ao assistir ao filme em slow motion, quadro a quadro, podemos ver que, apesar da intenção dos dançarinos de produzir os mesmos movimentos, a antecipação do ataque do gesto, o pré-rnovimento, é oposto em cada um dos dois.

Ora, qual a importância desta discussão para a disciplina? Renata esclareceu que o interesse não é produzir movimentos idênticos ou que consigamos todos nos movimentar de uma forma pré-determinada, mas que seja possível entender os elementos que constituem nossa corporeidade, dos gestos que fazem parte dela e que se constroem de maneira específica em cada um de nós. Tanto seres humanos quanto máquinas produzem movimentos. Mas apenas seres humanos são capazes de criar gestos e estes se estruturam a partir da dinâmica do tônus com a gravidade, cuja relação se concretiza de maneira muito particular em cada ser humano, afinal, o tônus e a forma como nos relacionamos com o peso de nosso corpo estão diretamente relacionados à história de vida de cada pessoa e à forma como cada pessoa vivencia essa história. Como ressalta Godard, todas as dimensões afetivas e projetivas entram nessa dança. Sendo assim, é indispensável ter consciência de como nós cada um de nós construímos essa história corporal, de modo a conseguir entender melhor como lidamos com a nossa expressividade gestual. Mais uma vez, recorrendo a Godard (idem, 20), "Todos esses elementos contribuem para tecer a relação simbólica que vai vincular, no indivíduo atitude corporal, afetividade e expressividade, sob a pressão flutuante do meio em que está inserido".

Terra (2008), numa tentativa de diálogo entre Godard e Klauss Vianna, propõe o trabalho de Klauss como dinamização das forças geradoras da expressividade, que se localizam no espaço entre o princípio e o fim, entre a pausa e o movimento. Klauss não estava interessado na forma, no movimento pré-determinado, seu interesse estava em encontrar um caminho, o qual seria traçado pelo intérprete segundo suas especificidades e lugar no mundo.

Da Expressão Facial


Mapa da direção (vetores) dos músculos que organizam a expressão facial

Dando prosseguimento ao encontro, começamos a estudar a estrutura muscular da expressividade facial. A primeira etapa desta proposta envolveu a sensibilização dos músculos faciais, inicialmente usando a mão oposta ao lado que seria estimulado. O polegar (limpo) passava por dentro da bochecha, enquanto que os demais dedos passavam por fora, na diagonal entre orelha e lábios, tento atenção de movimentar o músculo da bochecha na direção oposta, na tentativa de impedir a deformação facial e de fortalecer a consciência deste músculo.

Exercícios similares de sensibilização foram feitos em diversas partes do rosto, tento sempre a atenção de ir nos conscientizando para a complexidade da expressão facial e em como acionamos vários músculos ao tentar fazer determinada máscara, não raras vezes de forma não intencional, padrões que vamos adquirindo no decorrer de nossa história corporal e que precisamos ter consciência se desejamos aprofundar o que Bolsanello (2011) chama de "autenticidade somática".

A próxima etapa envolveu observar diversas máscaras faciais, que podem ou não estar em relação a uma máscara-objeto, a qual é aqui entendida como uma extensão do corpo, devendo este último adequar gestos e tônus à expressividade que ela propõe, independentemente do que é revelado ou ocultado fisicamente por ela.

Então, foi proposto que experimentássemos expressões "curtas", "longas", "largas" e "estreitas", procurando jogar com excessos e sutilezas, e tentando encontrar possibilidades de adequação da expressão à projeção vocal.

Finalmente, nós tentamos conectar expressão facial e movimento, tendo uma sonoridade proposta ao fundo, inicialmente uma música que já era familiar para nós e depois algo que me pareceu um experimento sonoro.

Existe máscara neutra? (Buster Keaton)
"(...) o tônus é de fato constituído para fornecer uma base material à vida afetiva" (Wallon apud Gandolfo, 2013

O que dizem as máscaras cotidianas?



Kabuki


Catirina, do Cavalo Marinho (A paixão e a sina de Mateus e Catirina)

Mateus, Catarina e Birico (Boi Calemba)


Carmen Miranda
Índio Kariri-Xocó (fotografia de Daniel Pátaro)
Mateus ou Bastião? (Revista Raiz)
Imagens inspiradoras!!
Pra quem quer continuar analisando expressões do rosto, vai a ótima dica do  Ariel.

Charles Le Brun (1619-1690). Foi primeiro pintor do rei Luís XIV e ocupou-se da decoração da Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes. Nos seus desenhos, os seres humanos resultam abestalhados (ver galeria, figuras 1 a 23).

Referências

BOLSANELLO, D. P. A educação somática e os conceitos de descondicionamento gestual, autenticidade somática e tecnologia interna. Motrivivência, ano XXIII, n. 36, p. 306-322, 2011.

GANDOLFO, L. Eutonia: a percepção da variação do tônus através da tenção às sensações corporais. In: Encontro Paranaense, Congresso Brasileiro de Psicoterapias Corporais, XVIII, XIII, 2013.

GODARD, H. Gesto e percepção. In: Lições de Dança, 3. Rio de Janeiro: UniverCidade Editora, 2002.

TERRA, A. Klauss Vianna e a Expressividade como Devir Dramatúrgico da Dança. In: Anais do
V Congresso da ABRACE. UFMG: Belo Horizonte, 2008.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Registro da aula do dia 16/11/2015 - Integral



Iniciamos a aula do dia 16/11/2015 com um bate papo sobre o Texto Final e Demonstração que deverão ser produzidos para os dias 14/12/2015 e 19/12/2015 respectivamente.
Após a roda de conversa começamos as atividades práticas:

  •      Colocamos as famosas bolinhas de borracha em alguns pontos de nossas costas, primeiramente ao lado do sacro, aliviando as tensões da lombar e posteriormente entre as escápulas e coluna.
  •  Formamos duplas para fazer um exercício de sensibilização das vértebras e cóccix. Enquanto um integrante da dupla abraçava a bola suíça, o outro pressionava as vértebras do parceiro e realizava movimentos circulares sensibilizando-as.
  •  Após sermos sensibilizados, experimentamos nossas “novas costas” na bola suíça.
  •  Realizamos um exercício ainda com as bolas suíças onde deveríamos sentar na bola, dar um impulso e levantar com a postura correta, sair caminhando, encontrar uma nova bola e repetir o processo.
  • Usamos o espaldar para dois exercícios, em um deles deveríamos alinhar os joelhos e pés corretamente e exercitar somente a panturrilha, no outro executávamos um movimento igual o da imagem, esticando e flexionando os joelhos.


                            

  • Aprendemos mais sobre o enraizamento dos pés, os ossos que ajudam no equilíbrio (maléolo), pés “chatos” e joelhos hiperestendidos.
  •  Finalizamos a aula com uma Improvisação de Movimentos! Antes que fosse iniciada a improvisação, recebemos instruções da professora Renata para prestarmos atenção nos movimentos que são repetidos e nos que apareceram pela primeira vez, com quais movimentos nos sentíamos mais a vontade e quais gostaríamos de parar de fazer. Para esta atividade foram propostas músicas muito diferentes das habituais.


Antes de irmos embora, cada aluno fez suas anotações sobre a última atividade no caderno do Eu.



Ana Vitória Nogueira Mattar Manso